Francisco recebeu hoje em audiência o Gabinete do Auditor Geral, da Santa Sé
O Papa Francisco recebeu hoje os elementos do Gabinete do Auditor Geral, da Santa Sé, e alertou para a necessidade de “estar muito atento” por causa da “tentação da corrupção”.
“Os que trabalham na Santa Sé e no Estado da Cidade do Vaticano fazem-no com fidelidade e honestidade, mas a tentação da corrupção é tão perigosa que é preciso estar muito atento”, afirmou.
Criado em 2014, o Gabinete do Auditor Geral responde diretamente ao Papa e tem por missão contribuir para a gestão correta e transparente do património da Santa Sé.
No discurso entregue aos participantes na audiência desta manhã, o Papa disse que o Gabinete do Auditor Geral deve reger-se pela “independência”, “atenção às práticas internacionais” e “profissionalismo”.
Francisco lembrou que o facto deste gabinete não depender hierarquicamente de outros órgãos da Cúria Romana não significa “arbitrariedade”, mas implica a “responsabilidade de uma ação sempre bem pensada e inspirada no mais alto princípio da caridade”.
“É importante que o espírito de correção fraterna sempre o guie, mesmo quando for necessário apontar práticas contabilísticas e administrativas que não estejam de acordo com as regras e situações a serem corrigidas”, afirmou.
O Papa apelou à colaboração do Gabinete do Auditor Geral com outros Dicastérios da Santa Sé, nomeadamente os organismos económicos, evitando “competições” que “podem facilmente se transformar-se em rivalidades, também em nível pessoal”.
Francisco lembrou a necessidade de estar atento às “práticas internacionais” para promover uma “equidade e para estar alinhado com toda a comunidade internacional”, desde que as normas “não contradigam os ensinamentos da Igreja”.
O Papa valorizou também o profissionalismo dos que fazem parte do Gabinete do Auditor Geral e a “experiência profissional considerável” adquirida em dácadas de trabalho ao “mais alto nível” e agradeceu o facto de “terem decidido colocar tudo isso a serviço da Santa Sé”.
“Sei que, para manter altos padrões profissionais, investis muito na formação, e isso é bom”, afirmou Francisco, sublinhando a “obrigação moral estar atualizados acerca da evolução das numerosas e complexas normas que regem a auditoria”.
Na audiência desta manhã, o Papa lembrou que o Gabinete do Auditor Geral é uma das medidas anticorrupção, de acordo com a Convenção de Mérida à qual o Vaticano aderiu em 2016, e que ajuda a “criar defesas” que impeçam, “a montante”, que se caia na “perigosa corrupção”.
(Com Ecclesia)