O Papa Francisco disse hoje que a “Europa e o mundo estão abalados por uma guerra de especial gravidade”, no encontro com os representantes pontifícios (diplomatas) da Santa Sé, que são testemunhas da “terceira guerra mundial ‘em pedaços’”.
“A Europa e o mundo inteiro estão abalados por uma guerra de especial gravidade, tanto pela violação do direito internacional, pelos riscos de escalada nuclear, quanto pelas pesadas consequências económicas e sociais”, explicou o Papa na audiência no Palácio Apostólico do Vaticano.
Francisco afirmou que é “uma terceira guerra mundial ‘em pedaços’” que os diplomatas da Santa Sé estão a “testemunhar” nos lugares do mundo onde cumprem a sua missão, lê-se no discurso publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
O Papa agradeceu “tudo” o que as Representações Pontifícias fizeram e fazem “nestas situações de sofrimento”, indicando que levaram “a proximidade do Papa aos povos e às Igrejas”: “Foram referência em momentos de maior perplexidade e turbulência.”
Francisco referiu-se também a atualidade da vida da Igreja, destacando que estão “comprometidos com um caminho sinodal” e os diplomatas da Santa Sé também participaram nesta consulta, e, “no horizonte”, está o ‘Jubileu de 2025’.
Na Cúria Romana, a Santa Sé está a começar a aplicar a Constituição Apostólica ‘Praedicate Evangelium’, que nasceu “através de um processo de quase nove anos” e também vai levar algum “tempo para entrar, em pleno regime”.
Francisco assinalou também a oportunidade deste encontro trienal lembrando que, desde a última audiência, a pandemia Covid-19 “obrigou a várias limitações”, na vida quotidiana e nas atividades pastorais, mas “agora parece que o pior já passou”.
O encontro dos representantes pontifícios, começou esta quarta-feira e termina sábado, dia 10 de setembro; o Papa preside à Eucaristia, às 07h30, na Casa Santa Marta, seguem-se mais encontros e trabalhos e termina com uma meditação espiritual, apresentada pelo núncio apostólico D. Angelo Acerbi
A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que cinco representantes papais não participam “por motivos de saúde ou outros impedimentos”, e explica que no serviço diplomático, para além dos Representantes Pontifícios, existem 167 colaboradores em função diplomática que trabalham nas nunciaturas ou na Secretaria de Estado, e quatro estudantes da Academia Pontifícia Eclesiástica estão “no ano missionário” determinado pelo Papa Francisco, “depois de concluída a sua formação”.