Por Renato Moura
O Papa Francisco afirmou que “Maria não veio a Fátima para que a víssemos, mas para avisar sobre o inferno que é a vida sem Deus”. Também ele não veio a Fátima apenas para o verem, mas para presentear o mundo com valiosas mensagens.
Entre tantas, atentemos nesta: “Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos Homens com a certeza de que nos vale Deus”. Embora chefe da Igreja Católica, não suplicou de Maria a esperança e a paz apenas para os seus “irmãos no Baptismo”, mas para todos os “irmãos em humanidade”, pois que teima em “descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor”.
Sempre inspirado no modelo de Jesus, pede “uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar” e porfiando num dos pontos fortes do pontificado, apela para a protecção dos “doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados”, pois que como realçou “A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida”.
O nosso Papa atento à realidade e às dificuldades que as pessoas atravessam, chamou a atenção, como sempre, para os ensinamentos do Evangelho, nomeadamente lembrando que “Quando passamos através dalguma cruz, Ele já passou antes. Assim, não subimos à cruz para encontrar Jesus; mas foi Ele que Se humilhou e desceu até à cruz para nos encontrar a nós e, em nós, vencer as trevas do mal e trazer-nos para a Luz”.
Se há uma marca, entre as tantas deste pontificado, que possamos distinguir como a principal, será porventura a do relevo à misericórdia divina, que Francisco apreende de Jesus, geradora de esperança para esta vida e para a que há-de vir. Em Fátima, de Nossa Senhora, disse ser “Bendita por ter acreditado, sempre e em todas as circunstâncias nas palavras divinas”, que “Possamos, com Maria, ser sinal e sacramento da misericórdia de Deus que perdoa sempre, perdoa tudo” e ainda “Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da misericórdia”.
Nem o valor das mensagens, nem a graciosidade e simpatia de Francisco se podem aqui espelhar. Mas retenhamos também: “Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade (…) e nunca mais a largará. Como uma âncora, fundemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai. Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós”.
Confiemos.