Pela primeira vez as reuniões mensais de grupo de movimento reuniram as escolas da Terceira, São Miguel e Pico em simultâneo
O Movimento Cursilhos de Cristandade (MCC) encontrou no digital a possibilidade de, pela primeira vez, fazer ultreias diocesanas. As reuniões mensais que se faziam ao nível de ilha, e de forma presencial, não puderam ser realizadas e o assistente ultrapassou o constrangimento com uma reunião digital permitindo, assim, que as várias escolas da terceira, São Miguel e Pico pudessem participar, realizando-se uma ultreia diocesana.
“Nesse aspecto foi muito positivo” referiu ao Igreja Açores o assistente diocesano do MCC, padre Nelson Pereira.
“Apesar de todas as dificuldades foram tempos muito ricos”, diz o sacerdote pois permitiram “um momento de encontro, de reflexão e de oração de todos os cursilhistas”.
O MCC, que está nos Açores há praticamente seis décadas, primeiro na ilha Terceira e depois em São Miguel, estende-se agora também pelas ilhas do Pico e de Santa Maria. A pandemia, este ano, inviabilizou algumas atividades do Movimento mas o que correu menos bem foi mesmo a falta de cursilhistas para o cursilho da ilha Terceira.
Das actividades desenvolvidas, ainda antes de março, quando foram suspensas todas as reuniões e encontros dentro da Igreja, destaque para os encontros semanais das três escolas da ilha Terceira onde se debateram “temas de actualidade como a Eutanásia e outros grandes temas da Igreja e da sua relação com o mundo, a partir da doutrina cristã”, referiu ainda o sacerdote.
O último encontro do Movimento neste ano pastoral decorreu na passada sexta feira.
O MCC nasceu na ilha de Maiorca, em Espanha, na década de 40, pela mão de Eduardo Bonnín Aguiló.
O primeiro Cursilho da história celebrou-se em Cala Figuera de Santanyí, em Maiorca, de 19 a 22 de Agosto de 1944, usando como base o “Estudo do Ambiente” de Eduardo Bonnín que atuou com reitor levando consigo como dirigentes, José Ferragut e Jaime Riutort. Foi diretor Espiritual desse primeiro Cursilho D. Juan Juliá. Assistiram ao primeiro Cursilho 14 jovens. O MCC contou nos seus inícios, de entre outros sacerdotes, com o entusiasmo D. Sebastián Gaya (autor da “Hora Apostólica e do “Guia do Peregrino) e com a aprovação eclesial de D. Juan Hervás, que a 1 de Março de 1947 chega a Maiorca como Bispo Diocesano, batizando estes encontros em 1953 como Cursilhos de Cristandade.
Nos Açores, o primeiro Cursilho na região foi de Homens e realizou-se em Angra do Heroísmo de 11 a 14 de Setembro de 1963, com 37 assistentes. O primeiro Cursilho de Senhoras teve lugar quase um ano depois, de 5 a 8 de Setembro de 1964 e realizou-se em Ponta Delgada com a participação de 47 novas Cursilhistas. Os Cursilhos expandiram-se na região e realizaram-se em vários locais. Só a ilha do Corvo nunca recebeu um Cursilho. Segundo dados de 2017, o MCC um dos movimentos mais mobilizadores da igreja católica, realizou 387 cursilhos nos Açores, envolvendo 11400 açorianos, desde 1963, data em que chegou aos Açores.
Até 2017 o MCC tinha realizado 196 cursilhos de homens, que registaram 5415 participantes e 191 cursilhos de mulheres, envolvendo 5956 cursistas.
Os Cursilhos de Cristandade (MCC) são um movimento da Igreja que, mediante um método próprio, possibilitam a vivência e a convivência do fundamental cristão, ajudam a descobrir e a realizar a vocação pessoal e tornam possível a criação de núcleos de cristãos que vão fermentando de Evangelho os ambientes. O Movimento é constituído por sacerdotes e leigos e pretende dar uma resposta ao mundo de hoje. O cursilho é feito durante 3 dias de reflexão e uma paragem e tem três objectivos: o encontro do homem ou mulher consigo próprio; o encontro com Deus e com Cristo vivo e o encontro com os irmãos.
O testemunho alegre da própria vida de fé ,é uma parte fundamental do próprio método do movimento. A amizade faz parte do mais especifico do MCC, um caminho excepcional e privilegiado para evangelização.