Sacerdote é o reitor da Igreja do Carmo, onde vai funcionar o Museu
O Museu de Arte Sacra da Horta vai ter como diretor o padre Marco Luciano Carvalho. A nomeação acaba de ser feita por decreto episcopal do bispo de Angra. No referido documento, D. João Lavrador incumbe o sacerdote, que é ouvidor eclesiástico da Horta e reitor da Igreja do Carmo, onde ficará sediado o Museu de Arte Sacra, de “elaborar com a brevidade possível, um estatuto orgânico para a gestão do referido Museu e proceder, através da Cúria diocesana, ao registo do mesmo, com pessoa jurídica canónica”.
O Museu de Arte Sacra da Horta foi criado a 16 de agosto de 1963 pelo então bispo D. Manuel Afonso carvalho, com a designação de Museu de Arte e Etnografia Religiosa. Em abril de 2002, por decisão do 38º bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, passou a designar-se Museu de Arte Sacra da Horta mas nunca teve os seus estatutos aprovados nem sequer funcionou. Aquando do sismo que abalou as ilhas do Faial e do Pico, em 1998, que destruiu grande parte do património religioso das duas ilhas, em especial do Faial, as peças que faziam parte do espólio deste Museu foram guardadas pelo Museu da Horta depois de cum criterioso inventário.
O novo espaço museológico irá distribuir-se por três salas da Igreja do Carmo, um edifício amplo e que tem estado a ser restaurado pela Ordem Terceira do Carmo, com o apoio de entidades públicas nomeadamente autarquia e Governo Regional.
“Vamos retomar o Museu de Arte Sacra que será instalado na igreja do Carmo em três espaços e na própria Igreja, reunindo as peças que faziam parte do Convento de São Francisco e que se encontram inventariadas, à guarda do Museu da Horta” avançou ao Igreja Açores o novo diretor, padre Marco Luciano Carvalho.
O futuro museu irá juntar o património da Ordem Terceira do Carmo, Ordem Terceira de São Francisco e outras peças, diocesanas e da ilha do Pico. Este Museu integrará também algumas peças do espólio pessoal de Monsenhor Júlio da Rosa que se encontram à guarda da Matriz do Santíssimo Salvador, da Horta.
“O objetivo deste museu não é fazer um mostruário de peças. Iremos ter uma sala de exposição permanente e duas outras com exposições temporária” adiantou ainda o sacerdote ao sublinhar que o espólio tem muitas peças de estatuária, ourivesaria e paramentaria, de entre as quais se destacam uma coleção de esculturas flamengas do século XVI e outras estátuas religiosas dos séculos XVII e XVIII, talha dourada, azulejaria e pintura. Realça-se, ainda, o mobiliário sacro, a paramentaria do século XVIII e as pratas dos séculos XVI, XVII e XVIII.
“Queremos que seja um espaço dinâmico que gostaríamos pudesse entrar em actividade no próximo ano”, referiu ainda o sacerdote lembrando que este Museu irá contar com a presença de técnicos especializados em permanência.
“Já delineamos uma estratégica que passa pela criação de um roteiro de arte sacra entre o Faial e o Pico que despertasse o interesse dos visitantes pelos conventos que existem nestas duas ilhas e que são riquíssimos do ponto de vista histórico e museológico” avançou ainda o ouvidor eclesiástico da ilha do Faial. Esta futura “Rota dos conventos” integrará as Igrejas de Santa Maria Madalena, São Roque do Pico, São Pedro de Alcantara e Lajes do Pico terminando no Santuário do Senhor Bom Jesus e, no Faial, integraria a Matriz da Horta, a igreja do Carmo e o Convento de São Francisco.