As Jornadas Nacionais de Comunicação Social, promovidas pelo Secretariado nacional das Comunicações Sociais, vão incluir também uma homenagem ao padre António Rego, por ocasião dos 60 anos de ordenação sacerdotal e de exercício do jornalismo.
O sacerdote açoriano, que agora vive em São Miguel, participará numa tertúlia que conta também com a presença de Carlos Liz, antigo diretor de Marketing da TVI, e José Lopes Araújo, natural dos Açores e que trabalhou em várias áreas da RTP.
“Creio eu que é um dever de todos nós prestar homenagem ao padre António Rego pelo trabalho que ele fez, e a ocasião dele assinalar este ano 60 anos de sacerdócio e de jornalismo criou a ocasião para que possamos prestar essa homenagem”, salientou o diretor da Agência Ecclesia.
Paulo Rocha enfatiza o facto de a palavra criatividade estar sempre presente no trabalho do padre António Rego, através da imagem, da mensagem, além da proximidade, pautando muito a sua atividade profissional por ir ao encontro das pessoas para aí fazer a comunicação, nomeadamente no programa ’70×7′, que continua em antena.
“Jornalismo e Inteligência Artificial” é o tema do encontro que acontece na Domus Carmeli , nos dias 26 e 27 de setembro, e deriva também da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, 12 de maio, sobre os desafios que a IA coloca.
Para o diretor da Agência Ecclesia será um debate “para perceber que presença tem, de facto, a Inteligência Artificial no nosso quotidiano, seja neste ambiente e nesta missão de informar, seja também no nosso dia-a-dia, onde, sem nós, de facto, muitas vezes darmos por ela, estamos a interagir com inteligência que pode não ser de humanos, mas é feita para humanos e por humanos”.
Paulo Rocha considera que a tarefa de comunicar “é, cada vez mais, não só a informação”, mas também a “criatividade que é necessária conjugar, seja para divulgar produtos, para o marketing, para a publicidade”.
“Nós estamos envolvidos neste ambiente e temos, de facto, creio eu, de perceber onde nos situamos e que interações vamos tendo, umas conscientes e outras inconscientemente”, referiu.
Segundo o jornalista, as palavras “criatividade e inovação” podem ajudar muito ao debate, já que são dimensões que profissionais de comunicação incluem no trabalho, seja a nível de texto, imagem, seja nas várias plataformas de comunicação.
“E aí a inteligência artificial dá um grande contributo, sem dúvida. Agora temos de ver até onde é que vai a fronteira dessa inovação que a inteligência artificial dá, a capacidade que tem de criar, de criar imagens, de criar textos, de colocar ao serviço do leitor, do espectador, coisas completamente atraentes e novas, e perceber até onde vai a verdade de tudo isso”, salientou.
Para Paulo Rocha, é nessa fase que se assume “o papel sempre do jornalista, do comunicador, do publicitário”.
“Tem de entrar sempre o humano para dar esse registo de autenticidade àquilo que a inteligência artificial é capaz de comunicar”, sublinhou.
A tarde do primeiro dia das Jornadas vai convidar os participantes, de uma forma prática, a abordarem as ferramentas da IA para o jornalismo, num Workshop, da responsabilidade do Cenjor, Escola de Formação profissional para jornalistas.
“De forma muito prática vai expor as ferramentas que a inteligência artificial dispõe e coloca à disposição dos jornalistas para o exercício do seu trabalho, não só de forma teórica, mas depois no exercício prático também”, explica ainda.
As inscrições para as Jornadas Nacionais de Comunicação Social estão abertas e podem ser feitas a partir de um formulário disponível online.
O encontro destina-se a quem trabalha no setor da comunicação social nas várias dioceses, nomeadamente secretariados, gabinetes de imprensa e de informação, assessorias de imprensa, nas diferentes dioceses, nos movimentos e congregações, bem como profissionais que trabalham nos órgãos de comunicação social, sejam eles regionais, nacionais, generalistas, temáticos ou especializados.
“Temos muito interesse que estejam presentes, porque as jornadas são essencialmente uma ocasião de diálogo e, por isso, nada melhor do que esse diálogo cara a cara que pode acontecer em cada dia”, convida o jornalista.
Sobre a proximidade com as dioceses e com quem trabalha na área da comunicação que marcam as edições Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2024, Paulo Rocha entende a palavra parceria não pode ficar apenas “pelas teorias”, realçando que é necessário “trabalhar cada vez mais em conjunto”.
“A Igreja Católica no seu todo é o sujeito, é o interlocutor com a sociedade, e tem que aparecer também assim com o seu todo. Não vale a pena estarmos aqui a alimentar segmentos ou capelinhas, como dizemos”, frisa, acrescentando que interessa é fazer “chegar uma mensagem que tem dois mil anos”, através de testemunhos e projetos.
(Com Ecclesia)