Ouvidoria de São Jorge é a primeira a receber formação sobre Conselhos Pastorais Paroquiais e Conselhos para os Assuntos Económicos

Formação precede a Visita Pastoral do Bispo de Angra entre 7 e 15 de dezembro

Foto: Igreja Açores/DS

Depois de uma primeira formação sobre a importância e finalidade do Conselho para os Assuntos Económicos numa paróquia, este sábado a ouvidoria de São Jorge debruçou-se sobre a finalidade do Conselho Pastoral Paroquial.

A formação de dois dias promovida pelo Serviço Diocesano de Coordenação da Formação, com o apoio do economato, foi neste segundo dia dividida em três partes: a apresentação do Projeto Pastoral Diocesano, a reflexão sobre a importância e o papel dos Conselhos Pastorais na construção de uma Igreja sinodal, explorando aspetos teológico-normativos e um trabalho de grupos que provocou os presentes a pensar o futuro das paróquias na ilha de São Jorge, valorizando uma pastoral de comunhão, sublinha uma nota enviada ao Sítio Igreja Açores.

Depois de terem recebido o Projeto Pastoral Diocesano, o padre Nelson Pereira, diretor do Serviço de Coordenação da Formação Diocesana, incentivou os participantes, em especial os membros do Conselho Pastoral de Ouvidoria, a pensar o ano jubilar que se aproxima, de forma a que as paróquias possam planear e viver intensamente este jubileu, destacando a Aldeia da Esperança e o encontro de jovens açorianos de 21 a 25 de julho, que se realizará em São Jorge, na Fajã da Caldeira do Santo Cristo.

Numa segunda parte do encontro, refletiu-se sobre o papel fundamental dos Conselhos Pastorais, sobre as suas funções e a sua importância para a coordenação da ação pastoral da Igreja.

O Conselho Pastoral Paroquial é o órgão que, dentro da paróquia, em união com o pároco e em comunhão com a Igreja diocesana, anima a vida da comunidade cristã e coordena a atividade dos seus membros em todas as áreas que digam respeito às funções pastorais da paróquia. Os Conselhos Pastorais surgem, na sequência da renovação conciliar, como um “meio primacial de conseguir a coordenação e animação da vida própria da Paróquia, Zona Pastoral, Ouvidoria e Diocese” e de levar “à execução os projetos e itinerários que habitualmente são propostos, para a construção duma autêntica comunidade cristã”, como explicou o padre Nelson Pereira.

Na terceira e última parte do encontro, o sacerdote interpelou os presentes a refletir sobre o futuro, a partir de uma pergunta: “como vejo a Ouvidoria de São Jorge daqui a 10 anos?”.

“Os presentes tiveram a possibilidade de refletir sobre as oportunidades, dificuldades e desafios que se colocam à comunidades cristãs da ilha e de como devem trabalhar para uma maior comunhão e colaboração entre todos” sublinha a nota enviada ao Sítio Igreja Açores, destacando que a questão “fez surgir a consciência de repensar a pastoral da ilha, a organização das paróquias, a importância de apostar na formação de ministros da palavra e da comunhão, de diáconos permanentes e de uma maior colaboração e união das paróquias”.

Destacou-se ainda os passos importantes que a Ouvidoria tem dado, desde já, envolvendo leigos empenhados na dinamização de diversos sectores da pastoral  a nível de ilha, sob a sua  coordenação, sempre assistidos por sacerdotes.

“O objetivo deste trabalho foi sobretudo colocar os conselheiros a pensar o futuro das comunidades cristãs, podendo-se traçar um plano de ação a partir da visita pastoral do Bispo diocesano em dezembro deste ano” refere a nota.

Para o ouvidor, padre Dinis Silveira, “a partilha foi muito interessante e diversificada”, pois levantou questões “importantes” como a desertificação da ilha e outras de organização e natureza pastoral.

“Como acolher e integrar pessoas que não sendo naturais da ilha poderão escolhê-la para viver; como evoluir para a criação de zonas ou unidades pastorais, conscientes da redução de padres; como ultrapassar a diminuição de sacerdotes promovendo a celebração da palavra através da presença de diáconos permanentes; o trabalho conjunto de forma a que nos tempos litúrgicos mais marcantes cada unidade pastoral possa ter apenas uma celebração; a criação de centros de catequese únicos por unidade pastoral; a aposta na formação com os leigos na coordenação dos serviços, como já estamos a fazer… Foi de facto um momento de partilha rica e diversificada”, referiu o padre Dinis Silveira ao Sítio Igreja Açores.

“Sobretudo levou a pensar nesta dinâmica que estamos a viver e que é a preparação para a visita pastoral porque ela terá uma importância muito grande” referiu ainda destacando que a questão que se coloca nesta Visita Pastoral “não é como vamos manter a Igreja, porque há estruturas que ou já estão ou ficarão caducas mas que Igreja Povo de Deus teremos daqui a 10 ou 15 anos e, por conseguinte, que Igreja seremos daqui a 10 anos ou 15 anos”.

No cômputo geral “as duas formações constituíram uma mais valia” concluiu o ouvidor, ressalvando que São Jorge foi a primeira ilha a ter esta formação que “capacitará todos sobre as responsabilidades a assumir em Igreja”.

A Visita Pastoral do bispo de Angra a São Jorge realizar-se-á de 7 a 15 de dezembro e será a segunda visita de D. Armando Esteves Domingues.

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