Pelo Pe. Manuel das Matas
É ouvidor de São Jorge há 28 anos mas garante que continua com desafios e projectos sempre ciente de que, juntamente com os restantes quatro sacerdotes que servem os 28 lugares de culto da ilha, “faz o melhor que pode e sabe” em cada momento, diz ao Igreja Açores o Pe. Manuel das Matas.
A ilha de São Jorge é uma das maiores em termos geográficos mas também uma das mais pequenas em termos populacionais. Há comunidades com pouco mais de 40 habitantes mas ainda assim, todas as semanas há pelo menos uma missa em todos os lugares de culto, seja ao sábado seja ao domingo.
“Não é fácil trabalhar aqui porque as solicitações são muitas e dispersas” refere o Pe. Manuel das Matas, ouvidor de São Jorge. Talvez por isso seja difícil acompanhar também as famílias “como deveríamos” refere o sacerdote que elege a pastoral familiar como o grande desafio.
“Hoje não temos uma pastoral familiar como se imporia” porque “as famílias também não têm tempo para a igreja” refere o sacerdote lembrando que se nas comunidades rurais ainda vemos o esforço dos pais em acompanhar os filhos nas celebrações, a verdade é que nos centros mais urbanos “isso não acontece”.
A ilha até tem uma carta familiar, que é distribuída semanalmente com aspectos da liturgia da semana, um texto de reflexão e um pequeno conto mas, a verdade é que “seria preciso mais tempo para a família”
Diferente é a catequese ou a juventude. A ilha faz habitualmente três retiros anuais com jovens e desafia-os a pensarem a igreja o que se reflete também nas jornadas da Juventude que são “sempre muito participadas e muito belas com iniciativas muito interessantes” refere, por outro lado.
Também no Topo, uma das ponta da ilha, há um boletim paroquial mensal feito pelo Pe. Diniz Silveira, recém chegado à ilha depois de ter realizado o doutoramento em Direito Canónico na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
“Os sacerdotes mais novos têm muitas ideias e desenvolvem actividades muito belas com as suas comunidades” refere o ouvidor.
Entre as iniciativas da ouvidoria estão também os cursos de iniciação de catequistas ou o encontro de arte e património, que já vai na terceira edição, e que é desenvolvido em parceria com o ateliê de restauro e conservação da ilha “que tem dado bons frutos” com personalidades de fora, de âmbito nacional, a promover e a aprofundar o conhecimento.