Reunião com agentes de pastoral teve lugar esta terça feira
“Chegou a hora” de todos os cristãos se pronunciarem sobre as questões da família, sejam as mais tradicionais sejam as mais fraturantes, disse esta noite o responsável pelo Serviço Diocesano da Pastoral da Família, nos Açores.
“Se somos cristãos temos a obrigação de dizer como queremos viver e ser igreja neste tempo, independentemente de estarmos em total comunhão ou não com as orientações da igreja” frisou o Cónego José Medeiros Constância em declarações ao Sítio Igreja Açores, à margem do encontro que promoveu com diferentes agentes de pastoral, enquanto ouvidor de Ponta Delgada.
“Não vale a pena insistirmos na ideia da misericórdia como se fosse uma benção especial. Todos os cristãos, independentemente da sua condição, devem participar na preparação do Sínodo sobre a família e nós temos todos de saber ouvir o que esses cristãos têm para dizer”, acrescentou ainda ao sacerdote.
A ouvidoria da Ponta Delgada está neste momento a fazer uma “avaliação” no terreno e a maior expetativa que há para este inquérito promovido pela Santa Sé, junto da cada igreja particular, “é que seja muito participado por todos de forma a que os problemas de cada comunidade e de cada família possam ser contados na primeira pessoa”.
Na reunião desta terça feira participaram os membros do Secretariado Permanente da Ouvidoria de Ponta Delgada, equipa pastoral da família, equipa da catequese da infância e da adolescência, serviço de juventude, docentes de educação moral e religiosa católica e equipa da cultura e da comunicação social.
“Esta resposta ao questionário da Santa Sé tem que ser muito participada e abrangente porque só assim poderemos definir uma restruturação da pastoral familiar que se adeque verdadeiramente às necessidades dos nossos dias”, disse ainda o Cónego José Medeiros Constância.
“Os que estão numa situação `especial´dentro da igreja devem ser os primeiros a pronunicarem-se sobre o que querem, o que precisam e, sobretudo, o que é ser cristão”, destacou o sacerdote dando como exemplo as três questões mais fraturantes desta assembleia sinodal: a situação dos divorciados recasados e o acesso ao sacramento da comunhão; a orientação e acompanhamento dos homossexuais ou as questões da sexualidade em geral.
O Ouvidor de Ponta Delgada considera a família “a célula base” da Igreja e tem afirmado, por ariadas vezes, que quando ela “está bem está tudo bem; quando está mal está tudo mal”. Por isso, acrescenta é preciso “fortalecê-la”.
O documento da diocese de Angra que refletirá as diferentes sensibilidades sobre esta problemática da familia, fazendo a sintese dos contributos das ouvidorias e dos movimentos ligados à família, deverá estar concluído no dia 25 de fevereiro.