Festa jubilar foi presidida pelo Vigário Geral da Diocese
O mau tempo impediu que a procissão solene saisse à rua, mas este domingo a igreja Matriz das Lajes viveu um dos momentos altos das comemorações dos 500 anos de paróquia com a celebração da Eucaristia, presidida pelo Vigário Geral da Diocese de Angra.
Partindo do Evangelho da Solenidade de Nossa Senhora do Rosário, que narra a anunciação, e aludindo à presença de quatro crianças que na celebração fizeram a sua profissão de fé, lembrou que “nas palavras de Maria na Anunciação, encontramos a primeira profissão de fé.” E, sublinhou a importância da oração na vida de cada cristão.
“Não é possível que um cristão viva a sua fé sem rezar”, mas para isso, alerta o sacerdote “É preciso criar condições de interioridade”.
“Nas nossas relações humanas, oferecemos flores em momentos importantes. Nós, em vez de oferecermos grinaldas de flores a Maria, transformá-mo-las em oração. Por isso, o rosário não é de menosprezar”, disse o Vigário Geral dirigindo-se a esta comunidade paroquial como “a comunidade do Espírito Santo”, que tem uma especial devoção por Nossa Senhora.
“ Para falar com as pessoas precisamos de um certo ritmo e até mesmo de repetição” disse o sacerdote lembrando que tal como “da mesma forma que não se diz só uma vez a uma pessoa que a amamos, também não rezamos apenas uma vez a Nossa Senhora”.
O Cón. Hélder Fonseca Mendes relembrou, ainda, a importância do rosário que tem “a vantagem de contemplar todos os mistérios, que nos concentram nos momentos chave da história da salvação”.
A Eucaristia “extremamente participada”, com fiéis de toda a ilha, acólitos de várias paróquias, e concelebrada por todo o clero da ilha- sacerdotes e diácono- foi animada pelo coro litúrgico da paróquia, orientado pelo Pe. Rúben Sousa.
Um dos momentos mais simbólicos da Eucaristia foi o do ofertório, com uma alusão muito viva a elementos evocativos da vida desta comunidade paroquial, desde a sua fundação, através dos primeiros povoadores que chegaram de barco, “enfrentando ventos e marés”, com destaque para referência à família, à ordem franciscana, às profissões que fizeram erguer este templo e os anteriores, expressando a sua fé.
Uma vez que a procissão não se realizou, a filarmónica tocou uma marcha grave e o hino da padroeira dentro da Igreja.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi edificada pela primeira vez junto ao porto das Lajes. Destruída pelos piratas que assolavam a ilha, o povoado subiu um pouco, o que resultou na construção de uma nova Matriz, onde está hoje localizado o cemitério. Contudo, na segunda metade de setecentos, o edifício, verdadeiramente arruinado, foi demolido, procedendo-se pela terceira vez à edificação da Matriz, entre 1763 e 1783, cuja localização se tornou definitiva.
(Com a colaboração de Jacob Vasconcelos)