Este ano decorrem as comorações dos 500 anos da paróquia das Lajes
A chegada de um terceiro sacerdote, o recém ordenado Pe Eurico Caetano, às Flores é vista localmente como “uma graça” que se junta às celebrações dos 500 anos da paróquia florentina das Lajes que estão a decorrer.
“Vivemos um ano de Graça total e numa ilha tão particular como as Flores, com cada vez menos gente, temos de saber aproveitar todos os momentos para sedimentar a nossa ação pastoral” disse ao Sítio Igreja Açores o ouvidor eclesiástico das Flores, Pe Davide Barcelos.
E o primeiro momento de celebração é já no dia 19 na Eucaristia de ação de graças pela ordenação do novo presbítero, que está na ilha desde o mês de setembro, depois de ter sido ordenado diácono, e aí leciona na Escola Básica e Integrada de Santa Cruz a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica.
A celebração decorrerá na Igreja das Lajes , paróquia que este ano assinala 500 anos de evangelização, o que “constitui um momento propício para olhar o passado e refletir sobre a vivência e identidade cristã atual, bem como repensar o futuro, estabelecendo metas e desafios, tanto a nível paroquial como ao nível de ouvidoria/ilha”, sublinha o Pe Davide Barcelos.
O tema escolhido para o presente ano pastoral e para a celebração deste jubileu é “Reavivar a Fé recebida”, em resultado da crescente preocupação com a “desertificação espiritual”, em que o homem se foi “esvaziando do verdadeiro conteúdo interior e transcendente”, deixando-se dominar pelo consumismo, naturalismo e materialismo, disse, ainda, o ouvidor eclesiástico da ilha.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi edificada pela primeira vez junto ao porto das Lajes. Destruída pelos piratas que assolavam a ilha, o povoado subiu um pouco, o que resultou na construção de uma nova Matriz, onde está hoje localizado o cemitério. Contudo, na segunda metade de setecentos, o edifício, verdadeiramente arruinado, foi demolido, procedendo-se pela terceira vez à edificação da Matriz, entre 1763 e 1783, cuja localização se tornou definitiva.
As comemorações deste jubileu são repartidas e co organizadas entre a Câmara Municipal- responsável pelos eventos culturais- e a ouvidoria- encarregue das cerimónias religiosas-.
Um dos momentos “mais conseguidos” destas comemorações foi “o retiro de preparação para o crisma que envolveu 60 jovens”.
“Não foram só os 60 jovens; houve também um grande envolvimento das famílias e da comunidade em geral o que permitiu mostrar uma igreja diferente, que se preocupa com eles e isso trouxe aspetos muito positivos, desde logo a aproximação destes jovens à igreja, levando-os a assumirem um compromisso mais duradoiro e estável, coisa que não acontecia”, destaca o Pe Davide Barcelos que lembra que este é o principal objetivo das comemorações dos 500 anos da paróquia das Lajes.
A ilha das Flores tem sido um espaço privilegiado para o desenvolvimento de um modelo de pastoral in solidum. As 11 comunidades estão entregues aos três sacerdotes sacerdotes presentes na ilha, sendo que um deles, o Pe José Trigueiros, devido à idade, é o unico que tem a cargo apenas uma comunidade. As restantes dez são assistidas pelos padres Davide Barcelos e Ruben Sousa, que terminam este ano a sua provisão, e agora também pelo Pe Eurico Caetano e ainda por um diácono, Luís Alves.
A ouvidoria, que vai receber a visita canónica do Vigário Geral da diocese, Conego Hélder Fonseca Mendes, entre 25 e 29 de abril, tem em curso uma série de obras entre as quais se destacam a obra na casa paroquial de Santa Cruz, que ficará com três residências independentes para os futuros sacerdotes que apenas partilharão os espaços sociais da casa e as obras da Ermida da Fajãzinha, que começarão no mês de maio.
Durante a visita canónica haverá a celebração da cerimónia do Crisma e uma reunião com o Conselho Pastoral de Ilha bem como um encontro com todas as Comissões Fabriqueiras existentes.
“Julgo que o grande objetivo deste ano jubilar é reaproximarmo-nos das comunidades e fazer com que elas sintam necessidade de se envolver na igreja, que não é dos padres mas sim de todos”, conclui o sacerdote