“A mudança começa pela inclusão” foi o tema de mais uma sessão formativa, realizada esta sexta-feira no salão Paroquial de Santo António
As equipas da catequese e da família da ouvidoria das Capelas, na ilha de São Miguel, estão a trabalhar na inclusão de crianças com necessidades especiais nas salas de catequese.
“É transversal à ouvidoria a existência de crianças com dificuldades especiais cujos pais procuram incluir na catequese e que nós queremos acolher, mas nem sempre estamos suficientemente preparados do ponto de vista competencial” referiu ao Igreja Açores Catarina Paiva, membro da equipa da Catequese, que esta sexta-feira promoveu mais uma sessão de formação desta feita centrada na Família e no mundo digital, intitulada “A mudança começa pela inclusão”.
“Existem casos de crianças autistas e com trissomia 21 que estão incluídas nas nossas catequeses e queremos continuar neste caminho porque Jesus ama todos e também é muito bom que as nossas crianças, que não têm estes problemas, possam perceber que apesar de diferentes os que têm necessidades especiais também são amados por Jesus”, disse ainda Catarina Paiva.
Uma das estratégias adoptadas pela equipa de catequistas é a mobilização dos pais destas crianças, que acompanham os filhos na catequese.
“Além de facilitarem o trabalho do catequista ajudando a lidar com os desafios que estas crianças colocam, fazem também catequese e isso é muito bom”, refere ainda a catequista.
Na noite de sexta feira Teresa Nunes e Cristina Fernandes abordaram o problema da Família e do mundo digital, alertando para o tempo médio que hoje é passado em frente a um écran, um problema que “afecta os jovens mas também afecta muitos adultos”.
“O problema é transversal e provoca danos colaterais significativos porque interfere com questões que depois se traduzem em dificuldades psicomotoras que podem ser graves, que interferem nas aprendizagens, na linguagem e no conhecimento” disse ao Igreja Açores Cristina Fernandes.
“Nós procuramos dar estratégias de combate a este comportamento lembrando que o tempo de exposição às novas tecnologias deve ser reduzido embora tenhamos consciência de que não conseguimos competir com elas porque são muito aliciantes” referiu ainda.
Esta sessão integra um conjunto de iniciativas formativas que a ouvidoria das Capelas está a desenvolver procurando “ler os sinais da realidade tal como ela se apresenta”.
Na Região e no País existem estratégias regional e nacional, respetivamente, para a inclusão de Pessoas com deficiência e necessidades especiais.
Na Igreja, há seis dioceses que já autonomizaram o Serviço da Pastoral a Pessoas com Deficiências- Algarve, Braga, Bragança-Miranda, Porto, Lisboa e Évora- que desenvolvem diferentes iniciativas em ordem à inclusão.
O vídeo do papa do mês de dezembro de 2023, produzido pela Rede Mundial de Oração do Papa, recordou as pessoas com deficiência. No mundo atual, denuncia o Papa Francisco, muitas delas “sofrem rejeição” e o momento é de mudança na forma de pensar e de maior apoio a projetos que “favoreçam a inclusão”.