Ouvidores açorianos expressam a razão da sua esperança e deixam votos para 2024

Foto: Wikipedia/abril de 2018

“Conversão”, “caminho conjunto” e o desejo de paz “para todos, todos, todos os povos” são aspetos relevados pelo clero açoriano

Em 2024 a diocese de Angra é convidada a “caminhar na Esperança”, uma interpelação deixada pelo Itinerário Pastoral para o biénio de 2023-2025, durante o qual serão desenvolvidos três laboratórios a partir dos quais se vão criar as linhas orientadoras do Programa Pastoral até 2034.

A proposta insere-se nas dinâmicas sinodal e jubilar que a Igreja Universal está a viver, sem deixar de prestar atenção ao diálogo com o mundo e com os problemas concretos da humanidade, em especial com os que marcam a vida nos Açores.

“Que a Igreja seja um viveiro de esperança no mundo e que o mundo tenha as cores da alegria e de um novo modo de amar” afirmou ao Sítio Igreja Açores o ouvidor da Lagoa, padre Rui Silva.

“Que possamos ter a alegria de caminhar juntos e ao caminhar juntos conseguirmos ter a alegria da fé na vivência da caridade e a esperança, e aquilo que nos une possa ser maior que o mar que nos separa, levando a esperança sobretudo aos que estão mais longe e vivem momentos atribulados da sua vida, com problemas de saúde, falta de emprego”, refere por seu lado o padre Horácio Dutra, ouvidor das Capelas, na ilha de São Miguel.

Todos os ouvidores foram interpelados a revelar a concretização das razões da esperança cristã na  Igreja e no Mundo.

“Cristo é a razão da nossa esperança, mas para mim, a verdadeira razão da esperança para 2024 é acreditarmos na humanidade, toná-la algo de bom”, avançou o padre Marco Sérgio Tavares, ouvidor de Ponta Delgada.

“Jesus é sempre a razão da nossa esperança. Em 2024 desejo que a Igreja e o mundo possam deixar-se invadir pelo seu espírito de contradição, que saibamos escutar Jesus e Nele nos inspirarmos e desinquietarmos para não nos instalarmos. Que saibamos deixar-nos conduzir pela sua sabedoria, feita de ternura e amor, e que nunca nos esqueçamos da sua mensagem. Que nós e o mundo saibamos ser testemunho do seu exemplo. Por isso, espero que a Igreja continue a ser construtora de pontes entre os homens e entre estes e Deus” afirma o ouvidor da Ribeira Grande, padre Vítor Medeiros.

 

“Espero que a fé ilumine o coração dos governantes para que a paz e o diálogo prevaleçam e as pessoas se encham do amor de Deus” afirmou por seu lado o ouvirdor de Vila Franca do Campo, padre José Alfredo Borges.

“Que a minha própria esperança não falte porque ela é a ciência da paz e a fonte da alegria. É a maior companhia da viagem da vida; que ela não se esgote para que eu possa contribuir na construção do Reino”, disse ainda.

É também em Jesus, que o padre Francisco Rodrigues, ouvidor dos Fenais da Vera Cruz assenta a sua esperança para a Igreja e para o mundo.

“Para encontrarmos a esperança precisamos deste contacto constante com Cristo, que é fonte da esperança. Daí que só poderemos alcançá-la com este encontro que depois também tem de se dar na comunidade; ninguém está sozinho e a esperança alcança-se em comunhão com a comunidade” refere.

Este é também o fio condutor da mensagem de ano novo do ouvidor da ilha de Santa Maria.

“A nossa esperança, para a Igreja e para o mundo, é e será sempre Jesus Cristo. Agora o nosso desejo é que possamos vivê-Lo nas comunidades, nos movimentos, nas associações com mais intensidade, com mais vida e com mais comunhão; que  possamos, até, dialogar com aqueles que não comungam a mesma fé ou que se afastaram dela por algum motivo: procuremos o que nos une e não aquilo que nos separa. Que possamos todos, todos, todos, caminhar juntos”, afirma o padre Carlos Espírito Santo.

“A esperança centra-se na capacidade de irmos convertendo o nosso coração e o nosso olhar para conseguirmos olhar para as coisas de acordo com a perspetiva de Deus e não só a nossa. Tal como os Magos, só conseguiremos ir ao encontro de Jesus se tivermos em nós a esperança, uma esperança que não é só por palavras mas por obras” refere, por sua vez, o padre Ruben Pacheco, ouvidor da Graciosa.

“Vivemos tempos difíceis e de crise e neste quadro de perplexidade a pergunta que fazemos é se há lugar para a esperança, com que fundamentos e formulações” salienta Monsenhor José Constância, ouvidor das Flores.

“A luta para viver a esperança na crise, com todo o povo, está para mim na visão cristã que tenho no mundo e que procuro concretizar cada dia”, conclui.

Esta é também a preocupação do ouvidor do Pico.

“Que a igreja continue a ser sinal visível de Jesus Cristo” num “testemunho de humildade , alegria e fraternidade onde todos, todos, todos tenham espaço, tenham lugar, tenham voz e tenham vida”, afirmou ao Sítio Igreja Açores o padre João António Bettencourt.

“Para o mundo desejo que as guerras terminem e que haja paz e alegria no coração de todos , todos , todos os povos”, destacou.

“Em cada ano as esperanças são sempre novas  diante de um mundo de possibilidades. Que neste novo ano saibamos aproveitar essas possibilidades para crescermos como pessoas e como Igreja” referiu por sua vez o padre Moisés Rocha, ouvidor da Praia da Vitória.

“A razão da minha esperança para a Igreja e para o Mundo é Cristo pois é ele que ilumina e pode transformar  o coração de cada homem e de cada mulher que a Ele adira livremente e podem ser fermento de uma sociedade que se quer mais justa, humana e fraterna”, salientou o padre Jacob Vasconcelos, ouvidor de Angra.

O ouvidor da Povoação, padre André Resendes , pede aos açorianos que “sejam fortes e corajosos” e confiem em Deus.

“O início do novo ano convida-nos a olhar com alegria para o ano que passou e com esperança para o ano que está a chegar. É um excelente momento para pararmos e olharmos para nós, para os outros e para Deus. Por vezes deixamos de olhar para Deus e colocamo-Lo em segundo plano… e o resultado é uma vida embaraçada, baralhada” afirma.

“Confia no Senhor Jesus e Ele cuidará dos detalhes da tua vida. Que Deus nos abençoe e nos faça prosperar nos planos que estamos a traçar”, afirma.

Este “é o momento oportuno” para deitarmos contas à vida e analisarmos o que correu menos bem e o que foi positivo, cientes de que “tudo foi experiência que marcou”.

“Neste novo livro com 365 páginas em branco, sem querermos acrescentar ou apagar alguma coisa saibamos ser a favor do tempo sabendo que perder tempo é desperdiçar a vida e correr contra o tempo é maltratar o nosso coração”, conclui.

 

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