D. José Avelino Bettencourt agradece “confiança” de Francisco para missão que implica servir outros povos, sobretudo os que “não têm voz”

Papa nomeia padre luso-canadiano como arcebispo e núncio apostólico (c/Áudio)

O Papa Francisco nomeou hoje como arcebispo o padre luso-canadiano José Avelino Bettencourt, de 55 anos, chefe de protocolo da Secretaria de Estado do Vaticano, desde 2012.

O responsável foi ainda designado como núncio apostólico (representante diplomático da Santa Sé); tinha até agora o título de conselheiro de Nunciatura.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. José Avelino Bettencourt, agradece a “grande confiança” do Papa e sublinha a “proximidade” de Francisco, neste seu percurso, que o vai levar a servir populações de outras nações.

“Sinto-me muito honrado pela confiança que o Santo Padre depositou em mim. O núncio apostólico tem um papel de servir o Papa, a unidade, o povo, de ser voz daqueles que não têm voz: basta pensar na síria, no Congo ou no Sudão. Muitas vezes a Igreja consegue dar voz àqueles que não têm voz”, assinala.

A ordenação episcopal vai acontecer na Basílica de São Pedro, a 19 de março, pelas 17h00 locais (menos uma em Lisboa), na solenidade de São José, com presidência do Papa Francisco, no dia em que assinalam 5 anos do início oficial do seu pontificado.

O Papa atribuiu ao arcebispo, simbolicamente, a titularidade da antiga diocese de Cittanova, no território da Croácia.

Ainda sem destino indicado, o novo núncio mostra “muita vontade de ir ao encontro de outros povos e servir a Igreja”.

“Eu abracei o cargo que me foi dado há cinco anos e meio e continuo a abraçar a missão que é posta à minha frente, é o que dá sentido à vida de sacerdote, ao serviço à Igreja. E eu tenho trabalhado com o coração e de boa vontade”, referiu D. José Avelino Bettencourt.

Uma missão que o leva ao encontro de outros povos, outras religiões, outros povos, histórias e contextos políticos.

O novo arcebispo confessa que, no início da sua vida sacerdotal, “nunca teria imaginado” este percurso, no corpo diplomático, “uma outra realidade que está ao serviço da Igreja”.

D.José Avelino Bettencourt, diplomata de carreira da Santa Sé, é natural dos Açores, tendo acompanhado a sua família que emigrou para o Canadá, onde foi ordenado padre em 1993, fazendo parte do presbitério de Otava.

O sacerdote frequentou a Academia Eclesiástica em Roma, tendo-se formado em Direito Canónico, e entrou no serviço diplomático da Santa Sé em 1999.

Depois de ter trabalhado na representação diplomática da Santa Sé na República Democrática do Congo, D. José Bettencourt passou à secção para as relações com os Estados, do Vaticano.

O departamento do protocolo da Secretaria de Estado, além das relações com o corpo diplomático, encarrega-se dos procedimentos relativos ao acordo [agrément] para os novos embaixadores, como acontece neste momento com a representação de Portugal junto da Santa Sé.

A Secretaria de Estado é presidida por um cardeal que assume o título de secretário de Estado, considerado como o primeiro colaborador do Papa no governo da Igreja e o máximo expoente da atividade diplomática e política da Santa Sé.

Em 2013, D. José Bettencourt foi condecorado pelo presidente Aníbal Cavaco Silva com a Comenda da Ordem Militar de Cristo; é cónego honorário da Sé de Angra (Açores) desde março de 2015.

 

(Com Ecclesia)

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