OS SINAIS DO JUBILEU
1.Indulgência Jubilar
– Os fiéis, “peregrinos de esperança”, poderão obter a Indulgência peregrinando a qualquer lugar sagrado do Jubileu – pelo menos a uma das quatro Basílicas Maiores do Papa em Roma, na Terra Santa ou Igrejas Jubilares de cada diocese –, e participando num momento de oração, celebração ou reconciliação. Depois, «visitando devotamente qualquer lugar do Jubileu» e vivendo momentos de adoração eucarística, meditação da Palavra de Deus, concluindo com a Profissão de Fé, Pai Nosso e a Invocação a Maria.
– Os fiéis impedidos de sair de casa, «verdadeiramente arrependidos que não possam participar nas celebrações, peregrinações ou visitas», poderão obter a indulgência jubilar se «recitarem nas suas casas ou onde quer que o impedimento os detenha, o Pai-Nosso, a Profissão de Fé, oferecendo os seus sofrimentos ou as dificuldades da sua vida».
– Outra forma de obter a indulgência será certamente através das «obras de misericórdia e penitência», visitando os doentes, os presos, os idosos na solidão, os deficientes e as pessoas que precisam de ajuda. (Indulgência Plenária – pelo padre Dinis Silveira)
2.Peregrinação
O Jubileu pede-nos para partirmos em jornada e a superar certos limites. Quando nos movemos, na verdade, não só mudamos de um lugar, mas transformamo-nos.
A peregrinação é uma experiência de conversão, de mudança de vida para a direcionar para a santidade de Deus. Com ela, torna-se também própria a experiência daqueles que, por várias razões, são forçados a empreender uma viagem em busca de um mundo melhor para si e para a sua família. Por isso, a visita à Igreja Jubilar é precedida com uma peregrinação em dia e hora a combinar.
3. Reconciliação
O Jubileu é um sinal de reconciliação, pois abre um “tempo favorável” (cf. 2 Cor 6:2) para a própria conversão. Coloca-se Deus no centro de sua existência, movendo-se em direção a Ele e reconhecendo a Sua primazia. Até mesmo a referência à restauração da justiça social e do respeito pela terra, na Bíblia, surge de uma exigência teológica: se Deus é o criador do universo, ele deve ter prioridade sobre todas as realidades e com respeito aos interesses partidários. É ele quem torna este ano santo, dando sua própria santidade.
Concretamente, é uma questão de viver o sacramento da reconciliação, de aproveitar esse tempo para redescobrir o valor da confissão e receber pessoalmente a palavra do perdão de Deus. Existem algumas igrejas jubilares que oferecem essa possibilidade continuamente.
Proposta:
Exame de Consciência (Proposta do Papa Francisco)
É a oportunidade de pedir perdão a Deus e de receber a sua misericórdia. Antes de se confessar, reserve uns momentos de silêncio faça um exame de consciência à sua caminhada cristã; no que possa ter prejudicado outras pessoas, e naquilo que cada um de nós pode fazer para ser um cristão melhor. Uma reconciliação sincera permite a renovação interior, na abertura ao mistério do amor de Deus.
Em relação a Deus
Dirijo-me a Deus somente em caso de necessidade? Participo na Missa dominical e nos dias de preceito? Começo e termino o meu dia com a oração? Invoquei em vão o nome de Deus, de Maria e dos Santos? Envergonho-me de me apresentar como cristão? O que faço para crescer espiritualmente, como e quando o faço? Revolto-me diante dos desígnios de Deus? Pretendo que seja Ele a cumprir a minha vontade?
Em relação ao próximo
Sei perdoar, partilhar, ajudar o próximo? Julgo sem piedade, tanto em pensamento como com palavras? Caluniei, roubei, desprezei os mais pequenos e indefesos? Sou invejoso, colérico, parcial? Tomo conta dos pobres e dos doentes? Envergonho-me da carne do meu irmão ou da minha irmã?
Sou honesto e justo com todos ou alimento a “cultura do descartável”? Instiguei os outros a fazer o mal? Observo a moral conjugal e familiar que o Evangelho ensina? Como vivo as responsabilidades educativas para com os meus filhos? Honro e respeito os meus pais? Rejeitei a vida após a concepção? Desperdicei o dom da vida? Ajudei a fazê-lo? Respeito o ambiente?
Em relação a mim mesmo
Sou um pouco mundano e pouco crente? Exagero em comer, beber, fumar e divertir-me? Preocupo-me em excesso com a saúde física, com os meus bens? Como uso o meu tempo? Sou preguiçoso? Procuro ser servido? Amo e cultivo a pureza de coração, de pensamentos e de ações? Nutro vinganças, alimento rancores? Sou manso, humilde, construtor de paz?
4. Oração
Há muitas maneiras e muitas razões para orar; na base há sempre o desejo de se abrir à presença de Deus e ao Seu amor. A comunidade cristã sente-se chamada e sabe que só pode recorrer ao Pai porque recebeu o Espírito do Filho. E é, de fato, Jesus que confiou aos seus discípulos a oração do Pai Nosso, também comentada pelo Catecismo da Igreja Católica (cf. CCC 2759-2865). A tradição cristã oferece outros textos, como a Ave Maria, que ajudam a encontrar as palavras para se dirigir a Deus: “É através de uma transmissão viva, tradição, que, na Igreja, o Espírito Santo ensina os filhos de Deus a orar” (CCC 2661).
Os momentos de oração feitos durante a viagem mostram que o peregrino tem os caminhos de Deus “no seu coração” (Sl 83,6). Também para esse tipo de descanso servem as paragens e as várias etapas do caminho.
Oração do Jubileu do Papa Francisco
Pai que estás nos céus,
a fé que nos deste no
teu filho Jesus Cristo, nosso irmão,
e a chama de caridade
derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo
despertem em nós a bem-aventurada esperança
para a vinda do teu Reino.
A tua graça nos transforme
em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho
que fermentem a humanidade e o cosmos,
na espera confiante
dos novos céus e da nova terra,
quando, vencidas as potências do Mal,
se manifestar para sempre a tua glória.
A graça do Jubileu
reavive em nós, Peregrinos de Esperança,
o desejo dos bens celestes
e derrame sobre o mundo inteiro
a alegria e a paz
do nosso Redentor.
A ti, Deus bendito na eternidade,
louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém
Papa Francisco
Oração do Itinerário Diocesano 2023-2025
Jesus
Dizer o Teu nome é uma bênção: é dizer Paz em dias de guerra,
dizer Fé́ em dias de desânimo,
dizer Amor em dias de medo.
é dizer Esperança hoje.
Na Tua beleza interior, Jesus, proclamaste bem-aventurados
os pobres de coração e os que choram,
os humildes e os que têm sede de justiça,
os misericordiosos e os puros de coração,
os que promovem a paz e os perseguidos,
porque é aí que está a Esperança
no Teu Reino.
Esperar em Ti dá sabor
à nossa pobreza e às nossas lágrimas.
Esperar em Ti dá sentido
à nossa humildade e sede de justiça.
Esperar em Ti dá frutos
de misericórdia e pureza de coração.
Esperar em Ti dá confiança
Para levar a paz, mesmo na perseguição.
A Ti erguemos as nossas mãos vazias,
esperando em Ti, que nos esperas:
concedei à nossa Igreja nos Açores
a Graça de esperar fazendo,
a beleza de contemplar caminhando,
a certeza de que só Tu és
a grande Esperança.
E, por Maria, mãe da Esperança,
possamos, contigo,
fazer tudo o que Tu disseres.
Em Ti, com o Pai, no Espírito Santo.
5. Liturgia
A liturgia é a oração pública da Igreja: de acordo com o Concílio Vaticano II, é a “a meta para a qual se encaminha” toda a sua ação “e a fonte de onde promana toda a sua força” (Sacrosanctum Concilium, 10). No centro está a celebração eucarística, onde o Corpo e o Sangue de Cristo são recebidos: como peregrino, ele mesmo caminha ao lado dos discípulos e lhes revela os segredos do Pai, para que possam dizer: “Fica connosco, pois é noite e o dia finda” (Lc 24,29).
6. Profissão de fé
A profissão de fé, também chamada de “símbolo”, é um sinal de reconhecimento próprio ao batizado; expressa o conteúdo central da fé e resume as principais verdades que um crente aceita e testemunha no dia de seu batismo e compartilha com toda a comunidade cristã para o resto de sua vida.
Existem várias profissões de fé, que mostram a riqueza da experiência do encontro com Jesus Cristo. Tradicionalmente, porém, aqueles que adquiriram um reconhecimento particular são dois: o credo batismal da igreja de Roma e o credo niceno-constantinopolitano, originalmente elaborado em 325 pelo Concílio de Nicéia, na atual Turquia, e depois aperfeiçoado no de Constantinopla em 381.
“Recitar o Credo com fé significa entrar em comunhão com Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e também com toda a Igreja que nos transmite a fé e no seio do qual acreditamos” (CCC 197).