Papa Francisco fala sobre o último mandamento
Diante de cerca de 15 mil fiéis na Praça S. Pedro, o Papa Francisco explicou o último mandamento: não cobiçar o cônjuge do próximo e as coisas alheias.
O Pontífice explicou que aparentemente estas palavras não acrescentam um novo conteúdo, mas tal como todos os outros, têm como finalidade assinalar a fronteira da vida, isto é, o limite para além do qual o homem se destrói a si mesmo e ao próximo, arruinando a sua relação com Deus.
O papa lembrou que o 10º mandamento evidencia o facto de que todas as transgressões nascem de uma raiz interior comum: os “desejos malévolos” que saem do coração do homem.
“Todos os pecados nascem de um desejo malévolo e acabam numa transgressão não formal, mas que fere a si mesmo e aos outros”, disse o Papa, que repetiu duas vezes a “bela lista” que o Senhor descreve no Evangelho de Marcos: furtos, homicídios, adultérios, cobiças, maldades, enganos, devassidão, inveja, calúnia, arrogância e insensatez.
Por isso, acrescenta, o percurso feito através do Decálogo não teria alguma utilidade se não chegasse a tocar este nível, o coração do homem. O ponto de chegada desta viagem é o coração e, se este não for libertado, o resto vale pouco. Este é o desafio, apontou o Papa: “Libertar o coração de todas essas coisas malévolas”.
O Papa recordou que o homem não pode libertar-se sozinho, pois “necessita do dom do Espírito Santo, abrir-se à relação com Deus, na verdade e na liberdade: somente assim as fadigas podem produzir fruto, porque tem o Espírito Santo que nos leva avante”.
A função dos mandamentos “é levar o homem à sua verdade”, isto é, à sua pobreza, que se torna abertura autêntica e pessoal à misericórdia de Deus, que nos transforma e nos renova. “Deus é o único capaz de renovar o nosso coração, com a condição de que abramos o coração a Ele.”
“Deixemo-nos ajudar, somos mendicantes. Peçamos esta graça”, acrescentou Francisco, que concluiu:“«Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus» (Mt 5,3). Sim, bem-aventurados os que deixam de se iludir acreditando que podem se salvar da própria fraqueza sem a misericórdia de Deus, que é a única que pode curar o coração.”
(Com Noticias do Vaticano)