Por Carmo Rodeia
Celebramos, neste dia, a abertura do Reino de Deus para todos os povos, para todos aqueles que possuem sentimentos de paz, que buscam fazer o bem e evitar o mal.
Deus acolhe em sua casa todos os homens de boa vontade. Por isso, os Magos foram “bem recebidos”.
Os Três Reis Magos ou simplesmente “Os Magos”, a que a tradição deu os nomes de Melchior, Baltazar e Gaspar, são personagens da narrativa cristã que visitaram Jesus após o seu nascimento (Evangelho de Mateus).
A Escritura refere “uns magos”, que não seriam, portanto, reis nem necessariamente três mas, talvez, sacerdotes da Pérsia ou conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela quantia dos presentes oferecidos: ouro, incenso e mirra.
Nessa altura, a crise parecia estar longe. E os Magos não se importavam; apenas procuravam uma luz e tiveram a coragem de deixar para trás riquezas e opulências.
Nunca se deve fazer contas ao amor. Quem ama, ama. Ponto final. Mas a atitude dos Magos parece que consegue exceder ainda esta entrega. Eles deixaram para trás uma vida de riqueza e luxo para seguirem uma estrela; a que os levou ao menino Jesus com o olhar lavado e o coração aberto, quase que atrevidamente cientes de que a salvação vinha daquela viagem.
Ontem como hoje, a salvação nunca chega pela mão dos poderosos. Vejamos o que acontece no mundo quando mais de metade da riqueza mundial se concentra na mão de uns quantos que não chegam a 1 % da população mundial.
O dinheiro, o consumismo ou o poder não salvam. Só um coração despojado, fraterno e pobre, confiante em Deus pode alcançar o bem, ainda que tenha de percorrer o caminho das pedras.
Um pouco como no verso de Sophia de Mello Breyner Andresen: “Apenas sei que caminho/Como quem é olhado, amado e conhecido/ e por isso em cada gesto ponho/solenidade e risco”.
Vivemos tempos desafiantes. Somos convocados a experimentar e por em prática a misericórdia, herdeiros desta enorme capacidade de compaixão, de compadecimento com os outros, à maneira de Jesus.
Ele que valeu para estes Magos mais do que todo o ouro do Oriente. Pensando bem, a maior riqueza é sempre a do coração, e escreve-se com uma única palavra de cinco sílabas, apenas, mas porventura a mais importante de todas: AMOR.
Confiemos Nele!