Os cristãos não podem descurar o apoio aos mais pobres

O desafio foi deixado pelo Vigário Episcopal para a ilha de São Miguel num encontro catequético com as “romeiras” de Santa Clara.

Perante a desigualdade social e as situações de extrema pobreza que afetam cada vez mais pessoas, os cristãos “têm de ouvir o clamor dos pobres”, disse esta sexta feira o Vigário Episcopal para São Miguel, Pe Cipriano Pacheco, na última catequese preparatória das cerca de 900 mulheres, que no próximo dia 29 de março sairão em Romaria da Igreja de Santa Clara, em Ponta Delgada.

 

 

A partir do capítulo  IV – A dimensão social da Evangelização- da exortação apostólica do Papa Francisco, A Alegria do Evangelho, Cipriano Pacheco lembrou que hoje, “mais do que nunca” os cristãos “são chamados ao serviço de Deus na ajuda aos pobres”  e isso materializa-se na “caridade, a essência da doutrina da Igreja”.

 

“A fidelidade ao Evangelho passa por ouvir o clamor do pobre, conhecer o outro e partilhar com ele, porque esta é a única opção implícita na palavra de Deus que se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza” afirmou o Vigário Episcopal, sublinhando a necessidade dos cristãos serem “mais intervenientes e mais ativos”.

 

“Não basta criticar os governos pela falta de soluções, nós temos a responsabilidade de atuar”, frisou ainda Cipriano Pacheco, pois “não há respostas universais e cada comunidade deve encontrar as mais adequadas para os seus problemas”.

 

O Vigário Episcopal para São Miguel lembrou, ainda, que há “uma urgência em resolver as causas da pobreza” que “os planos de assistência sendo úteis não ultrapassam”.

 

“A preocupação com o desenvolvimento dos mais frágeis e dos mais abandonados é algo que deriva da nossa fé em Cristo e essa fé só faz sentido se for vivida em comunidade, para o bem da comunidade”, frisou ainda Cipriano Pacheco.

 

A propósito da fé, o Vigário Episcopal convidou, também, os cristãos a libertarem-se dos “hábitos” e a “reaprenderem o entusiasmo do Evangelho”.

 

“O cristianismo que só se alimenta da tradição e de hábitos definha e perde o fascínio” lembrou Cipriano Pacheco para quem “o verdadeiro cristão é o que sai da intimidade e procura a dimensão social da vida comunitária”.

 

Durante a conferência, promovida pela Ouvidoria de Ponta Delgada e inserida no âmbito da formação preparatória para a romaria quaresmal das senhoras, que a Paróquia de Santa Clara organiza mais uma vez este ano, o Vigário Episcopal não se esqueceu de deixar uma palavra sobre as romarias.

 

“Elas têm o condão de dizer que a rua é um lugar de encontro com Deus. Tal como Jesus que não se fechou nos templos, e andou pelos caminhos a anunciar a boa nova, também os cristãos que peregrinam são evangelizadores e é disso que a igreja precisa”, concluiu Cipriano Pacheco.

 

Esta foi a última sessão catequética de formação das romeiras de Santa Clara, que no próximo dia 26 participarão numa celebração comunitária do perdão. A romaria de Santa Clara sai da Igreja Paroquial no próximo dia 29 de março pelas 5h30 da manhã rumo ao Mosteiro das Clarissas, nas Calhetas de Rabo de Peixe.

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