“Os Açores não podem ser pensados sem os seus migrantes”, diz diretor do Serviço da Pastoral da Mobilidade Humana

Cónego Jacinto Bento associa-se à semana das Migrações de 2018 que tem como tema “Cada forasteiro é ocasião de encontro- Migrantes e refugiados no caminho de Cristo”

A migração e os Açores estão interligados e não se pode pensar o arquipélago sem pensar nos seus emigrantes e também nos imigrantes que procuram esta terra para viverem, afirmou numa curta declaração ao Sítio Igreja Açores o Cónego Jacinto Bento, responsável diocesano pelo Serviço de Apoio à pastoral da Mobilidade Humana.

A igreja católica celebra a partir do dia 12  a 19 de agosto a Semana das Migrações 2018 com o tema ‘Cada forasteiro é ocasião de encontro – Migrantes e refugiados no caminho para Cristo”.

Para a ocasião, a que se associa este serviço diocesano, embora este ano não participe nas diversas atividades agendadas para Fátima, o diretor diocesano deixa uma palavra aos emigrantes açorianos, que nesta altura do ano rumam ao arquipélago : “ são sempre muito bem-vindos porque são parte de nós. Não podemos pensar nunca nos Açores, sem pensarmos nos emigrantes, porque todos nós temos familiares que emigraram”.

“Nos Açores estamos sempre em comunhão com os nossos queridos emigrantes e eles connosco. Todos temos o coração dividido entre os Açores e a diáspora açoriana e vice-versa” acrescenta ainda o Cónego Jacinto Bento.

Aliás, são várias as iniciativas promovidas em todo o arquipélago de homenagem aos emigrantes, algumas são mesmo iniciativas de ilha como a Festa do Emigrante nas Flores. Além disso há, igualmente, convívios para assinalar a presença de emigrantes, sobretudo na altura do verão.

Segundo dados oficiais do Governo regional dos Açores, entre 1960 e 2016, emigraram para os Estados Unidos, Canadá e Bermuda mais de 182 mil açorianos. Nos Açores existem cerca de 4 mil imigrantes oriundos do Brasil, Angola, Cabo Verde, Rússia e Ucrânia.

“Eles são parte de nós e nós parte deles” afirma o sacerdote que está de partida para Gustine, na Califórnia, onde irá pregar as festas de Nossa Senhora dos Milagres.

Esta é a maior festa Portuguesa na  Califórnia, que reúne mais de cem associações de todo o estado norte americano. A pregação desta Festa vai ser coberta pela “Hora Católica Portuguesa”, programa de rádio, fundado por um picoense, Mons. Manuel Vieira Alvernaz, irmão do Patriarca das Índias, que construiu a Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Turlock.

O tema é “A presença de Maria no meio do seu povo”.

“Os portugueses da Califórnia são oriundos de todas as ilhas dos Açores, mas tem uma expressão grande da Terceira e São Jorge, que tem sabido fazer uma síntese entre a fé e a cultura portuguesa” refere o sacerdote.

A 46.ª Semana Nacional das Migrações é promovida pela Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM), da Conferência Episcopal Portuguesa, de 12 a 19 de agosto e termina uma Jornada de Solidariedade, nas paróquias portuguesas, com uma proposta de oração pelos migrantes e a recolha de donativos.

“Perante o drama dos refugiados, que fogem à guerra, à fome, à seca e à pobreza, muitos morrendo pelos caminhos perigosos, vítimas de máfias sem escrúpulos, como cristãos e seres humanos não podemos ficar insensíveis a tudo isto”, escreve D. António Vitalino, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

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