Por Renato Moura
As nações, tal como as pessoas, têm períodos em alta, mas também épocas de depressão. Portugal, em anos recentes, viveu um período muito difícil. Fomos amaldiçoados por ter vivido acima das nossas possibilidades, condenados a pagar o crime cometido; as réstias de esperança eram abafadas e o desespero tomou conta de quase todos.
Verdadeiramente importante é que o ambiente se modificou para muito melhor, pois não embarcarmos na guerra de avaliação de quem mais contribuiu. Quando a disposição melhora, vem ao de cima o orgulho nacional que parecia perder-se. Surge a honra da história de Portugal, pelos descobrimentos que deram novos mundos ao mundo, pela língua portuguesa falada por cerca de 280 milhões de pessoas, a qual se afirma ser a 5.ª mais falada no mundo e a mais falada no hemisfério sul, como língua oficial de tantos e tão vastos territórios. Perante tantas revoluções violentas, prestigia-nos a retoma da democracia sem sangue, como também a miscigenação e inclusão de imigrantes.
Dignifica-nos o fado como património imaterial da humanidade, o facto de sempre ter havido portugueses que se distinguiram ao longo dos séculos da história mundial, mas os últimos tempos serviram para o reafirmar, seja pela eleição de Guterres para Secretário Geral da ONU, agora na vitória de Salvador Sobral na Eurovisão. Recentemente foi o título de campeão europeu de futebol pela Selecção Portuguesa, são as sucessivas vitórias de Cristiano Ronaldo.
As universidades portuguesas são reconhecidas e o prestígio atrai estudantes de outos países; cientistas portugueses distinguem-se cada dia mais no campo da ciência e da investigação.
Portugal saiu do procedimento por défice excessivo, registou um crescimento de 2,8% no primeiro trimestre, reduziu-se a taxa de desemprego.
Temos todos de nos convencer que somos mais do que um país do “desenrascanço”. Temos cidades e zonas mundialmente distinguidas para o turismo, para os reformados e não só, onde abundam estilos artísticos e culturais não apenas invulgares como distintos.
São os estrangeiros que escolheram Portugal, seja para se fixarem e desenvolverem variadas actividades empresariais, seja para residir, aqueles que dão público e excelente testemunho das potencialidades do nosso território, das nossas qualidades como povo com alma e tradição, que é simpático e caloroso no receber.
É tempo de todos aproveitarmos este impulso ascensional; será inexplicável se todos os poderes instituídos não se soubessem unir no desenvolvimento desta onda positiva.