Organizações católicas apelam à solidariedade e união pela justiça global

 

Os diretores da CIDSE, Rede Internacional de organizações católicas para o desenvolvimento, da qual faz parte a portuguesa Fundação Fé e Cooperação (FEC), apelam hoje “aos líderes políticos, económicos e sociais” que “tomem medidas imediatas e corajosas”.

“Os desafios globais persistem, com sistemas económicos que continuam a dar prioridade ao lucro em detrimento das pessoas, perpetuando ciclos de conflito, colonialismo, violações dos direitos humanos e dívida injusta”, alertam os diretores da CIDSE, divulgada esta quinta-feira, 20 de fevereiro, Dia Mundial da Justiça Social.

Na declaração citada pela Agência Ecclesia, os responsáveis da família internacional de organizações católicas de justiça social apelam não apenas à reflexão, mas “a uma ação imediata e coletiva” dos governos, organizações e indivíduos para enfrentar “as duras realidades” que os desafios urgentes apresentam com “medidas imediatas e corajosas”.

Neste contexto, a CIDSE incentiva os líderes políticos, “especialmente no Norte Global”, a comprometerem-se em três áreas, a implementação do Acordo de Paris (2015) com compromissos nacionais mais fortes, “para evitar impactos climáticos mais severos”; o “alívio da dívida dos países mais vulneráveis”, libertando-os da exploração financeira para poderem construir um futuro sustentável; e o aumento da ajuda ao desenvolvimento para “apoiar a adaptação às alterações climáticas e a erradicação da pobreza no Sul Global”.

E é nesse “Sul Global” que os diretores da Rede Internacional de organizações católicas para o desenvolvimento veem “sinais encorajadores”, porque as comunidades com as quais trabalham “demonstram uma resiliência notável”, e “razões para ter esperança”, apesar do espaço “cada vez mais reduzido para a sociedade civil e da erosão dos processos democráticos”.

“Estão a libertar-se da pobreza, a construir um futuro melhor, a adaptar-se às alterações climáticas e a defender os seus direitos. O seu espírito e determinação, apesar dos enormes desafios resultantes da exploração ambiental e financeira, são uma fonte de inspiração, levando-nos a reafirmar a nossa solidariedade”, realçam, dessas comunidades do “Sul Global”.

Neste Dia Mundial da Justiça Social 2025, instituído pelas Nações Unidas (ONU), os diretores da CIDSE salientam que “a luta pela justiça continua a ser crucial e possível”, e, juntos, querem enfrentar “os sistemas de opressão e desigualdade, lutando por um planeta social e ecologicamente justo”.

“Ao celebrarmos os 60 anos da CIDSE, avancemos com determinação para garantir justiça, paz e o cuidado da nossa Casa Comum, tanto para a geração presente, como para as futuras”, acrescentam.

Estes responsáveis salientam que “os valores do Evangelho e a Doutrina Social da Igreja” têm guiado o trabalho desta família internacional de organizações católicas de justiça social, com “raízes no Concílio Vaticano II”, e vai continuar a inspirá-los “a reforçar o compromisso com a justiça e a solidariedade”.

declaração ‘Agora, mais do que nunca, todos juntos pela justiça global’ é subscrita por responsáveis de países de três continentes: Europa (Portugal, Espanha, Bélgica, Inglaterra e País de Gales, França, Países Baixos, Eslováquia, Suíça, Itália), América (Canadá, EUA), e África (Etiópia, o conselheiro espiritual da CIDSE, da Eparquia de Adigrat [correspondente às dioceses em Portugal]).

(Com Ecclesia)

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