Audiência dedicada ao Pai-Nosso sublinha abertura ao mundo
O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a oração cristã é comunitária e recorda as necessidades de “todos os pobres do mundo”, numa reflexão dedicada ao Pai-Nosso.
“As necessidades mais elementares do homem – como a de ter comida para matar a fome – estão todas no plural. Na oração cristã ninguém pede o pão para si: pede-se para todos os pobres do mundo”, assinalou, perante cerca de 7 mil pessoas reunidas para a audiência pública semanal, no auditório Paulo VI.
Prosseguindo a série de catequeses sobre a oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, Francisco destacou que este diálogo com Deus “não é individualista”, mas é feito “desde e com a comunidade de irmãos e irmãs”.
“Quando reza, o cristão leva consigo as pessoas e as situações que vive, fazendo seus os sentimentos de Jesus, que sente compaixão por quantos se encontram no seu caminho. Também nós, quando rezamos, temos presentes as pessoas que não procuram Deus, porque Jesus não veio para salvar só os justos, mas todos”, declarou.
A vida do mundo, realçou o Papa, não fica “fora da porta” quando um cristão se fecha no seu quarto, a rezar, num momento de silêncio e introspeção.
“A verdadeira oração realiza-se no segredo da consciência, no fundo do coração: com Deus é impossível fingir, é como o olhar de duas pessoas, o homem e Deus, quando se cruzam”, precisou.
Francisco aludiu à ausência da palavra “eu” na oração do Pai Nosso.
“Quando rezamos, abrimo-nos ao grito de tanta gente, próxima ou distante? Ou pensamos na oração como uma espécie de anestesia, para ficar mais tranquilo? Isto seria um erro terrível”, alertou.
No final do encontro, o Papa Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, particularmente os grupos vindos de Portugal e do Brasil: “Queridos amigos, faço votos de que a vossa peregrinação a Roma fortaleça em todos a esperança e consolide, no amor divino, o compromisso pessoal de sentir-se cada vez mais responsável pelos irmãos e irmãs mais necessitados. Que Nossa Senhora vos acompanhe e proteja!”.
(Com Ecclesia e Vatican News)