O livro é da autoria do Pe. Jacinto Bento, cónego do Santo Sepulcro
Terra Santa- Itinerário de uma Peregrinação é o título do livro da autoria do Cónego Jacinto Bento que foi lançado ontem em Ponta Delgada, na Igreja do Colégio com apresentação do ouvidor do Nordeste, pe. Agostinho Lima
A obra que relata a experiência da Peregrinação na ótica do único guia português na Terra Santa, acreditado no Patriarcado Latino, foi apresentada como “um livro que ilumina a fé de todos proporcionando uma viagem à terra Santa”
“Este texto não é mais um guia dos lugares nem mais um manual” disse o apresentador referindo-se à importância da obra por nos transportar para “os lugares da peregrinação” e, quando se peregrina “não se visitam apenas os lugares, saímos de nós próprios”.
O livro, cujo prefácio é feito pelo Vigário Patriarcal para a Jordânia, D. William Shomali, está organizado em oito capítulos que promovem uma verdadeira peregrinação, dando pistas não só sobre os lugares mas também informações sobre a cronologia da história judaica, mapas da Palestina ao tempo de Jesus, dados sobre a Jerusalém celeste, “cidade da paz”. E, sobretudo, oferece uma panorâmica de tal maneira “rica” que nos permite perceber como a Terra Santa se apresenta ela própria como o “quinto Evangelho” que ajuda a compreender os quatro que estão escritos.
De resto, no prefácio, D. William Shomali refere-se a esta terra que “ tem o cheiro do divino e da vida eterna e uma peregrinação torna-se uma ação de mudança de vida. De facto, é o melhor lugar espiritual que pode existir para obter a graça da conversão. Aqueles que iniciam uma jornada nessa direção verão que a sua fé começa de novo, porque tudo teve o seu início aqui”.
Na apresentação da obra, o Pe. Agostinho Lima percorre todo o livro, capítulo a capítulo, revelando o fio condutor seguido pelo autor que pretende mostrar e deixar ver, através de descrições exaustivas e da apresentação de factos, os lugares santos porque foi lá que Jesus “andou, curou, ensinou, rezou, sofreu e ressuscitou dos mortos”, sem perder de vista a evolução destes lugares e o seu contributo para a história da salvação.
Já o autor do texto destaca que o livro, além de ser resultado das peregrinações que organizou, acompanhou e guiou, também “é resultado de visitas de estudo” que fez à Terra Santa, “de informações de autóctones de várias proveniências: muçulmanos, judeus, cristãos (bispos, padres, religiosos, leigos), Ministério do Turismo de Israel, guias de Israel e da Palestina e outras instituições. Também é resultado de leituras e pesquisas, bem como da reflexão feita para relacionar a Bíblia com a história, a geografia, a cultura e as religiões”.
“O texto é, pois, um modesto contributo para a divulgação da Terra Santa junto das nossas comunidades, no sentido de perceberem o grande significado de visitar não só a História e Geografia da Salvação, mas também os cristãos da Igreja Mãe de Jerusalém, que são o fio condutor que nos liga à comunidade primitiva, à qual também pertenceu Jesus, e que precisam da solidariedade de todas as Igrejas” refere o autor em jeito de conclusão.
“Uma peregrinação é um momento privilegiado de evangelização; compreender melhor o Mistério da Salvação na História e na Geografia da Salvação, porque como diz o Papa Paulo VI, existe uma história e geografia da salvação” refere ainda o autor.
Na cerimónia de apresentação do livro, o ouvidor de Ponta Delgada, Cónego José Medeiros Constância afirmou que o lançamento deste livro “ é um momento muito alegre, em primeiro lugar porque o lançamento de um livro é sempre sinal de criação, algo de novo, diferente e fecundo”, mas sobretudo porque propõe “um mergulho nas origens”.
“Na Terra Santa há um cheiro a divino; este é um livro que nos lança nas origens”.
No dia 16 de maio, pelas 20h00, na Igreja de São Pedro de Angra, será o próprio bispo diocesano a apresentar a obra e no dia 2 de julho, a obra será apresentada na Cripta da Igreja dos Flamengos, ilha do Faial, pelo Pe. Marco Luciano Carvalho, Ouvidor da Horta.
Esta publicação tem como objetivo: evangelizar através dos lugares de origem; promover e divulgar a Terra Santa; conhecer as comunidades cristãs locais com o intuito de uma mútua colaboração; sentir de perto a diversidade e unidade da Igreja presente nas diversas denominações cristãs; observar como é que é possível fazer-se o diálogo ecuménico, no meio de tanta diversidade de igrejas e ritos; verificar as relações entre as religiões abraâmicas e quais as reais possibilidades do diálogo inter-religioso; consciencializar os peregrinos para os lugares onde aconteceu a salvação; saber quem e como vela por esses lugares santos; tomar conhecimento das comunidades cristãs locais; compreender como é que os lugares santos são património de todos; entender o fenómeno do entrecruzamento de culturas e como evangelizar as peregrinações através dessas culturas.
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