Livro da autoria do cónego João Maria Mendes- O Direito Processual Canónico na Diocese de Angra e ilhas dos Açores- resulta de trabalho de investigação da tese defendida em 2012, na Universidade Lateranense, em Roma
A Academia Portuguesa de História acaba de atribuir o prémio de história ao livro “O Direito Processual Canónico na Diocese de Angra e ilhas dos Açores”, da autoria do cónego João Maria Mendes.
A obra é o resultado da tese de doutoramento do autor, defendida em 2012, mas editada em livro pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira apenas em 2021. O sacerdote, que ´é o Chanceler da Cúria e é também Vigário Judicial, fez o seu trabalho de investigação sobre o funcionamento do poder judicial da diocese tendo como principal fonte as constituições sinodais de 1559.
“A minha principal preocupação foi perceber como é que os tribunais da época funcionavam na diocese, numa altura difícil, com comunicações muito rudimentares” afirmou em declarações ao programa de rádio Igreja Açores, que vai para o ar este domingo no rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.
“Como tivemos três jurisdições consecutivas: a Ordem de Cristo, a diocese do Funchal e depois a diocese de Angra e foi a partir daqui que as constituições sinodais deram maior robustez ao trabalho judicial aqui na diocese” adiantou o sacerdote.
“Foi um trabalho ingrato, com poucas fontes”, ainda assim “procurei fazer a história do Direito Processual canónico na diocese, desde o povoamento à entrada em vigor das constituições sinodais”, sublinhou.
Desta investigação resulta claro que a “igreja foi a única instituição que abrangia todas as ilhas e onde a descentralização se fez de forma clara com delegação de poderes do bispo nos ouvidores”, para a resolução dos problemas,
O prémio da Academia de História foi atribuído este ano e o livro foi publicado no ano passado, com apresentação já em 2022 na Câmara Municipal de Angra pelo historiador José Guilherme Reis Leite.