Obra musical de Tomás de Borba “resgatada” em livro

Tese de doutoramento do Pe Duarte Gonçalves Rosa foi lançada ontem em Angra do Heroísmo por Rui Vieira Nery

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Apresentação da tese do Pe Duarte Rosa

“Tomás Borba na História da Música Portuguesa do Século XX: Modernidade e Tolerância”, é o novo livro da autoria do Pe Duarte Gonçalves Rosa, numa edição do Instituto Açoriano de Cultura, que ontem foi lançado em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Trata-se da tese de doutoramento do sacerdote que é desde o passado mês de setembro o Mestre-de-Cerimónias da Sé de Angra do Heroísmo, cargo que acumula com o de Mestre de Capela e Reitor do colégio de São Gonçalo, na cidade património.

A tese de doutoramento, em História contemporânea, foi orientada por Carlos Cordeiro e Rui Vieira Nery, que ontem apresentou a obra e foi  defendida publicamente, na Universidade dos Açores, a 18 de Dezembro de 2012.

«Há muito que a vida e obra de Tomás Borba, pedagogo e compositor de importância ímpar na História da Música do século XX em Portugal, se mantinham praticamente esquecidas, à espera de um livro que as lembrasse e oferecesse um ponto de partida para a sua redescoberta”, sublinha o Presidente do Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa e Diretor da Revista Glosas, Edward Ayres d’Abreu, à cerca deste trabalho.

O compositor e pianista, que esteve presente na cerimónia de lançamento da obra, na cerimónia desta quarta feira, diz ainda, que este trabalho do Pe Duarte Gonçalves Rosa traça e descreve “em pormenor o percurso e o contexto sócio-cultural de uma personalidade de perfil tão crítico quão tolerante e de olhar atento e aberto à modernidade”.

Rui Baeta – barítono – e Edward Luíz Ayres d’ Abreu – compositor e pianista – interpretaram canções eruditas de câmara de Tomás Borba, num recital que contou também, com as participações de Rita Ormonde e dos coros da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo e do Seminário Episcopal de Angra, sob direção de Vítor Mourinho.

O diretor da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo (BPARAH), Marcolino Candeias, destaca a importância deste projeto editorial como “um trabalho de resgate desta figura grande da História da Música em Portugal — do Pedagogo, do Músico e do Homem — que esteve na vanguarda intelectual e cultural da sua época”, abordando “pela primeira vez, com enquadramento geral, questões centrais da formação e do pensamento borbiano e a profundidade e amplitude do seu modelo pedagógico”.

O responsável pela BPARAH, onde está depositado o fundo musical de Tomás de Borba e ontem se realizou a cerimónia sublinha, ainda, este projeto pelo facto de permitir a compreensão do contexto sócio-cultural e político em que viveu Tomás de Borba, a “censura” a que foi sujeito, quer pelos poderes públicos quer pelo poder eclesiástico, e as tentativas que foram feitas para “manter esta notável figura da Cultura Portuguesa numa conveniente ausência da nossa memória coletiva”.

A obra vai ter lançamento nacional em Lisboa, no próximo dia 10 de outubro.

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Duarte Manuel Gonçalves da Rosa, natural de Angra do Heroísmo, é doutor em História.

Licenciado em Direção de Coro, foi diretor musical do Coro Tomás Borba da Academia Musical da Ilha Terceira, dirigindo, atualmente o Coro e Grupo Instrumental da Sé de Angra, com quem tem realizado concertos de música sacra portuguesa do século XIX, gravados em CD.

Lecionou Educação Musical no Colégio de Santa Clara, sendo, atualmente, professor da mesma disciplina no Colégio de São Gonçalo.

Licenciado em Ciências Religiosas, é Reitor da Igreja de São Gonçalo e Capelão do Recolhimento adstrito. É, ainda,  responsável pelos grupos de liturgia da Sé Catedral, onde é mestre-de-cerimónias.

Também possui uma licenciatura em Ciências da Informação e da Documentação, em Estudos Portugueses e é pós graduado em Ciências da Educação, tendo lecionado , no ensino secundário, as disciplinas de português, francês e latim.

Frequentou o Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, a Universidade Clássica de Lisboa, a Universidade dos Açores, o Seminário de Angra, a Universidade Católica Portuguesa (lisboa), a Universidade Aberta e a Escola Superior de Música da Catalunha (Barcelona).

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