“O voto é um dever e um compromisso”, apela bispo de Angra

 

Foto: Assembleia Legislativa dos Açores

São precisos projectos sérios nas sociedades contemporâneas para evitar que o voto seja “determinado  pela raiva ou desilusão” ou se opte pela abstenção

O bispo de Angra apela a todos os diocesanos que votem nas próximas eleições regionais no dia 4 de fevereiro e exerçam não só um dever mas assumam também um compromisso.

“Votar não é só um dever. Desejo que cada voto represente também o compromisso de tudo fazer para que, todos juntos, recuperemos aquele fundo humano comum de que precisamos. Só assim a política  dará um  decisivo contributo para sairmos juntos dos problemas que são de todos” afirma D. Armando Esteves Domingues numa nota enviada ao Sítio Igreja Açores, onde se dirige a todos os diocesanos.

“Quem se sente chamado a assumir a nobre missão da política e a candidatar-se a cargos públicos, merece a oração e colaboração de todos os cristãos” diz ainda o prelado.

Na nota,  sublinha “as dificuldades” do atual contexto mundial nacional e regional e denuncia o que chama de “paradoxos  que denunciam um mal-estar de civilização”.

“Aumenta a riqueza mas crescem as desigualdades; aumenta a produção mas morre-se de fome; aumenta o consumismo mas sobem os índices de infelicidade” diz.

E, prossegue: “São precisos projectos sérios nas sociedades contemporâneas e a sociedade açoriana, em particular, não dispensa projectos realistas e criativos, que devolvam esperança;  que coloquem as pessoas no centro, que garantam o respeito  pela dignidade e inviolabilidade do direito à Vida, que facilitem o acesso à habitação, a um trabalho digno e justamente remunerado, em que a família seja respeitada, as crianças e os jovens possam confiar no futuro e os idosos não sejam descartados”.

“Só assim os cidadãos podem ser levados a optar pela adesão a projetos concretos e não a votar pela raiva ou desilusão ou, pior ainda, a não votar”, destaca o bispo de Angra que votará pela primeira vez nos Açores.

“Ninguém deve excluir-se do processo de escolha daqueles que julga mais capazes de administrar os recursos disponíveis e que são sempre escassos, em prol do bem comum, para garantir a igualdade de oportunidades e os direitos constitucionalmente consagrados”, acrescenta deixando o apelo a que ninguém se exclua deste processo de escolha do novo Parlamento Regional.

“Faço daqui um apelo aos cristãos açorianos para que cada um assuma a sua responsabilidade própria. A fé não é algo que se viva apenas do ponto de vista espiritual; tem a ver com a vida concreta, com os desafios da sociedade, com a justiça social e com a política, que deve ter como prioridade o bem comum”.

Nos Açores, há 10 círculos eleitorais, nove coincidentes com cada uma das ilhas e outro de compensação, coincidente com a totalidade da área da região e que junta os votos que não permitiram eleger deputados nos círculos de ilha.

Cada círculo eleitoral de ilha elege dois deputados e ainda deputados em número proporcional ao dos cidadãos eleitores nele inscritos. O círculo de compensação elege cinco deputados.

 

 

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