Pelo Padre Hélder Miranda Alexandre
Invade-me Senhor o Teu olhar
Esculpido em lenho,
na pobreza de um artista incógnito,
mas do melhor que a natureza consegue
Não sei explicar, mas esmaga-me…
De memórias quentes e maternas
Ao rezar distante sem saber o que dizer
– Se é que alguma vez soube –
Em dia de ir à cidade, para te ver Senhor
E venceste a minha pequenez
Porque me quiseste para Ti Jesus!
E fui descobrindo…
Um olhar para o Céu, ao multiplicares os pães, ou antes de abrires os ouvidos ao surdo
Um olhar que escolhe Levi, o cobrador de impostos, e tantos outros.
Um olhar que vê o escondido, da viúva das duas pequenas moedas e de tantos que dão no segredo
Um olhar cheio de amor, dirigido ao jovem que te quer seguir
Um olhar que penetra o amigo Pedro, titubeado na fragilidade
Um olhar debaixo para o pequeno Zaqueu, embora escondido pela miopia da multidão
Um olhar sempre diferente, na riqueza de cada alma,
Um olhar que permanece porque em Ti nos queres!
Olha novamente este povo peregrino, que já vês,
Para que Te vejam simplesmente, e Te re-cordem!