Núncio Apostólico preside à primeira celebração de renovação das promessas sacerdotais, em Ponta Delgada
O representante da Santa Sé em Lisboa presidiu esta tarde à Missa de renovação das promessas sacerdotais do clero das ilhas de São Miguel e Santa Maria, que decorreu na Igreja Matriz de São Sebastião, em Ponta Delgada.
D. Ivo Scapolo aproveitou a homilia para desafiar os sacerdotes a serem “generosos”, “disponíveis”, “misericordiosos”, “humildes” e “simples” , procurando ser fieis colaboradores do grande plano de salvação de Deus para a humanidade.
“Dois mil anos depois há muitas pessoas no mundo que precisam ser libertadas e salvas” disse o Núncio Apostólico destacando as inúmeras pessoas que “naufragam no pecado”.
“A santificação de qualquer pessoa depende de nós; todos nós pastores da Igreja havemos de dar contas a Deus se fomos generosos e misericordiosos” disse ao sublinhar que o verdadeiro sacerdote deve procurar “conquistar o coração de cada pessoa, levando-a a encontrar-se com Deus e com as Suas obras”.
Durante a missa, muito participada pelo clero e pelos fieis que, devido à hora a que decorreu participaram em grande número, ao contrário de outros anos, o responsável diplomático da Santa Sé começou por assinalar a cionfiguração dos sacerdotes a Cristo.
“São os bispos, os presbíteros e diáconos chamados por Deus a viver uma vida de missão configurados a Jesus e, devemos ter consciência de que, dentro das nossas limitações e sem méritos especiais fomos escolhidos, consagrados e enviados para colaborar com generosidade, fidelidade e zelo na difusão do reino de Deus”.
“Grande é este privilégio: receber de maneira especial os dons do Espirito Santo; grande é a missão que nos foi confiada: servir o corpo místico de Cristo para a salvação das almas e grande é a responsabilidade: a quem muito foi dado, muito será exigido” destacou D. Ivo Scapolo.
“Quanto mais tomamos consciência desta nossa missão, tanto mais sentimos a necessidade de consagrar e configurar a vida a esta missão”, explicitou elencando o itinerário que cada sacerdote deve fazer.
“Diante de uma vida de oração devemos manter-nos unidos a Deus e alimentar aquele vínculo de amor que está na origem da nossa vocação e permite levar por diante o que o Senhor em nós começou”, frisou.
“A Importância da oração pessoal, o silêncio, a meditação e a adoração eucarística bem como a oração do santo terço” são algumas das etapas deste itinerário de configuração a Cristo.
D. Ivo Scapolo desafiou ainda os sacerdotes a fazerem, com regularidade, um exame de consciência.
“Conversão, purificação e santificação: temos que melhorar a nossa vida pessoal para fazer dela um instrumento digno e adequado nas mãos de Deus” e, para isso, “é precisa coragem e examinar a nossa vida de pastores”.
“A todo o tempo precisamos de ver se se somos como nos pede a igreja: próximos atenciosos e generosos para estarmos atentos às necessidades materiais e espirituais das pessoas e viver uma especial relação com Jesus” disse ainda.
“Ser generoso é viver com disponibilidade para os outros e colocar generosamente os bens ao serviço do povo”.
No final dirigindo-se aos fieis pediu-lhes oração pelas vocações e oração pelos sacerdotes.
“Os fieis têm a responsabilidade de rezar pelos seus pastores para que estejam sempre à altura da missão que lhes foi confiada; temos de os chamar para uma colaboração efetiva, criativa e permanente, perseverante e humilde, mas também corajosa…”.
E terminou expressando um desejo: “nesta terra que deu tantos sacerdotes a Portugal e ao mundo, que possa existir uma nova primavera”.
Nos Açores por causa da dispersão geográfica a renovação das promessas é feita de forma descentralizada, e implica a deslocação do bispo aos três principais centros de culto da Igreja insular: Ponta Delgada, Horta e Angra, onde é celebrada a Missa Crismal com a bênção dos santos óleos.
Após a homilia, o bispo convida os seus sacerdotes a renovar sua consagração e dedicação a Cristo e à Igreja. Juntos, prometem solenemente unir-se mais a Cristo, ser ministros fiéis dele, ensinar e oferecer o santo sacrifício em seu nome, bem como conduzir outros a Ele.
Como a diocese está em sede vacante, é o Anuncio Apostólico que é bispo, que preside a esta celebração a convite do Administrador Diocesano.
Os textos da missa apresentam um conjunto catequético não somente sobre o sacerdócio ministerial, mas também no relativo ao sacerdócio geral dos fiéis. Desde a antífona de entrada, a assembleia aclama que Jesus Cristo nos tornou um reino e nos fez sacerdotes de Deus, seu Pai.
Antes da Missa, o Núncio esteve reunido com o clero a quem explicou a natureza das suas funções, o sentido da missão que o trouxe aos Açores e lembrou o aumento de casos de perseguição religiosa no mundo.
Esta terça-feira, o Núncio desloca-se até ao Faial onde, entre outras coisas, apresentará cumprimentos ao Presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, presidirá à Missa de renovação das promessas sacerdotais do clero do Pico, do Faial, das Flores e do Corvo e inaugurará a exposição das Custódias do Faial, que terá lugar no Museu de Arte Sacra da Horta.
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