O `Pacto da Montanha´ foi uma “forma de provocar os jovens para a importância do cuidado da Casa Comum”- Padre Norberto Brum

Foto de capa do Pacto da Montanha

Um ano depois, responsável diocesano da juventude garante que o pacto “entrou” na dinâmica dos jovens em cada comunidade e ao nível da diocese

Completa-se esta quinta-feira um ano desde a assinatura do `Pacto da Montanha´, em todas as ilhas por dezenas de jovens e no topo da Montanha do Pico, por ocasião da subida ao ponto mais alto de Portugal, o que “constituiu “uma provocação e um desafio” para uma “cultura do cuidado”.

“O `Pacto da Montanha´ quis ser uma provocação, aproveitando a escalada  à Montanha do Pico como o elevar ao mais alto esta necessidade de cuidar da Casa Comum” afirmou o padre Norberto Brum ao Sítio Igreja Açores, na véspera do dia em que se assinala o primeiro aniversário do Pacto da Montanha.

“Quisemos provocar e esta provocação foi chegando a todas as comunidades” garante o responsável pela pastoral juvenil na diocese de Angra, sublinhando que em muitas atividades organizadas localmente o desafio “entrou”.

“O ACANUC de São Miguel adoptou como temo `Os guardiões do planeta, uma provocação que passa por cada jovem e cada comunidade, cada pessoa porque o serviço em defesa desta casa comum deve ser um fluir naturalmente, no dia-a-dia, sem ser uma imposição”, refere.

“Estamos a falar de uma cultura do cuidado que tem de despertar da base e entrar no quotidiano”, destaca ainda.

“O pacto não ficou fechado em si mesmo, mas entrou na dinâmica, inclusive,  da nova organização da pastoral juvenil, que deverá ser apresentada em breve”, refere o sacerdote que  adiou a programação prevista para este ano por considerar que o “tempo não era de grande eventos” mas de “iniciativas locais” em que os “jovens, inseridos nas suas comunidades pudessem traduzir o que viveram e sentiram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ)”.

“A JMJ (agosto de 2023, em Lisboa) foi um marco na vida de todos quantos participaram e os que se envolveram na sua preparação” refere o sacerdote que como responsável do Comité Organizador Diocesano da JMJ nos Açores promoveu uma série de atividades entre as quais a subida à montanha do Pico.

“Cada um viveu ao seu jeito e à sua medida este encontro com Jesus e com outros que partilhavam da mesma fé e por isso, cada um no seu íntimo, saberá dizer melhor o que foi este momento e saberá tirar as ilações, trazendo-as para a sua comunidade”, afirmou o padre Norberto Brum.

“A jornada deixou frutos e quando se fala de fé, esses frutos até podem não ser visíveis no sentido quantitativo; cada um saberá a forma como se envolveu e empenhou” esclarece ainda desvalorizando o facto de muitos dos jovens que participaram neste encontro mundial não tenham prosseguido o dinamismo que se esperava.

Foto: Igreja Açores/CR

“Sejamos francos: a JMJ não é um pózinho mágico que resolve os problemas da participação da juventude na Igreja. É uma etapa e uma dinâmica que ajuda mas não resolve tudo e, por isso, cada jovem deverá formular esta questão: o que faço depois da JMJ?”, afirma ainda o sacerdote.

“Ao nível da pastoral juvenil diocesana estivemos no ano zero, por assim dizer. Partindo do que foi a nossa participação na JMJ, procurámos fazer um revisão de vida, uma introspecção, indo buscar os contributos da JMJ, escutar, auscultar os jovens e fazer esta reestruturação interior que se estende ao próprio serviço”.

“Não tivemos grandes eventos, porque a ideia era deixar que a JMJ e os seus desafios ecoassem nas paróquias, ao nível das comunidades a onde os jovens , que participaram nas jornadas, regressaram” prossegue ainda.

“Da nossa parte houve esta preocupação de deixar que o Espírito Santo atuasse nos jovens e os conduzisse nas paróquias de forma a poderem ser eles a projectar o futuro”, conclui.

Há um ano, depois de ter acolhido os símbolos e de terem sido desenvolvidas inúmeras atividades pastorais, os jovens açorianos escalaram a Montanha do Pico, acompanhando o bispo de Angra, recém chegado à diocese, naquela que foi uma das atividades de pré-jornada a nível nacional que registou o maior entusiasmo. No topo da Montanha, no dia 25 de julho, foi celebrada uma missa de envio de 100 jovens que juntamente com os restantes quase 800, representaram os Açores na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.

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