Bispo de Angra e leigos reúnem-se a partir de hoje em Ponta Delgada
A diocese “tem muito a ganhar” sempre que der passos para aproximar melhorar o serviço e o acolhimento das pessoas, “tornando-se mais próxima” disse ao programa de rádio Igreja Açores Aurélio da Fonseca, um dos membros do Conselho Pastoral Diocesano cujos trabalhos arrancam esta sexta feira em Ponta Delgada.
“A diocese tem muito a ganhar no sentido de se tornar mais próxima das pessoas. Portanto, o querer-se trabalhar numa nova proposta de organização diocesana e perceber o que se anda a fazer é muito importante” disse o professor que é um dos leigos mais comprometidos da igreja açoriana, há muitos anos envolvido nos vários movimentos de apostolado, de que se destaca as Equipas de Nossa Senhora.
Na entrevista ao Igreja Açores e a propósito da proposta que vai estar em discussão este fim de semana no Conselho Pastoral Diocesano, com vista a uma reorganização da diocese a partir da criação de três zonas pastorais, Aurélio da Fonseca diz que “é preciso não baralhar o que é político, o que é administrativo e o que é religioso”.
“Está a fazer-se a ponte com os ex distritos de antigamente e com a autonomia, mas mesmo ao nível a Igreja já houve soluções diferentes” refere o conselheiro lembrando as opções tomada , por exemplo por Franciscanos e Jesuítas, os primeiros criando dois polos- São Miguel e Angra- e os últimos, “habituados a dificuldades na missão” que fizeram a evangelização a partir de três locais Ponta Delgada, Angra e Horta.
“O que a diocese está a procurar fazer é melhorar a sua organização para melhor servir e isso deve ser sempre louvado e acolhido”, conclui.
Sobre os outros temas do Conselho Pastoral Diocesano- avaliação das prioridades diocesanas na ação social e desafios para o futuro- o conselheiro lembra que a Pastoral Social é “um dos pontos fundamentais da ação da igreja”, sobretudo no mundo de hoje.
“Num mundo marcado pela falta de valores, em que os novos bezerros de ouro são o lucro, o dinheiro e o poder, temos de ser capazes de recentrar as opções naquilo que é fundamental”.
“Temos de ser capazes de ultrapassar essa grande derrota para o homem e para a sociedade civilizada e que se traduz em atentados diários à dignidade da pessoa”, refere Aurélio da Fonseca.
“Uma sociedade doente que faz do homem uma coisa, absolutamente descartável, em que os novos pobres já não são os marginais mas sim gente com formação e que não tem enquadramento no atual mercado de trabalho, tem que ser combatida”, refere.
“A igreja tem de ser capaz de substituir o primado do ter e voltar ao ser; temos de combater o indiferentismo e sobretudo a invisibilidade dos que são excluídos”, conclui.
Aurélio da Fonseca é um dos membros do Conselho Pastoral Diocesano que reúne extraordinariamente a partir de hoje, até domingo, em Ponta Delgada. O maior órgão de consulta e aconselhamento do bispo diocesano, composto maioritariamente por leigos, representantes de movimentos de apostolado, ou por indicação dos conselhos pastorais de ouvidoria vai debruçar-se sobre a proposta do bispo de Angra de reorganização funcional da diocese e a criação de um conselho episcopal. Em cima da mesa vai estar uma avaliação das ações da pastoral social bem como a definição de orientações futuras no seio da igreja açoriana.