Por Goreti Freitas
O Jubileu da Esperança iniciou, no dia em que se comemora a Sagrada Família de Nazaré, com um chamamento profundo à renovação e transformação da nossa vida. Muito mais do que um marco espiritual, este jubileu convida-nos a um equilíbrio pleno – uma reconciliação entre corpo, mente e espírito. Num tempo marcado por incertezas e adversidades, a esperança surge como uma bússola que orienta, um antídoto contra o desespero e um sinal do amor incondicional de Deus.
Mas, o que é a verdadeira esperança?
A esperança não é uma espera passiva, é um ato de coragem que nasce do encontro entre a fé e a inteligência emocional positiva. No mundo atual, onde o imediatismo domina e a ansiedade cresce, a esperança convida-nos a parar, a respirar e a acreditar no processo de construção de algo maior, mesmo que ainda não o vejamos claramente.
Todavia, como podemos viver esta esperança de forma prática? A resposta está no equilíbrio entre o corpo, a mente e o espírito.
O cuidado com o corpo é essencial para uma vida equilibrada. O cansaço extremo, a alimentação descuidada e a falta de exercício são sinais de que muitas vezes negligenciamos a nossa saúde física. No jubileu, somos chamados a olhar para o corpo como um dom precioso de Deus, um instrumento que nos permite agir no mundo.
Práticas como exercícios regulares, uma alimentação saudável e descanso adequado são formas concretas de honrar o corpo e prepará-lo para enfrentar os desafios da vida, afinal, um corpo saudável fortalece a mente e amplifica a nossa capacidade de viver a esperança.
Por sua vez, a mente é o campo onde os pensamentos podem construir ou destruir. Muitas vezes, a ansiedade, o medo e a negatividade tomam conta de nós, apagando a chama da esperança. Neste jubileu, somos convidados a cultivar uma inteligência emocional positiva, que nos permita reconhecer e gerir as nossas emoções de forma saudável.
Praticar a gratidão é um passo essencial. Quando reconhecemos o que já temos e valorizamos as bênçãos que recebemos, a nossa mente aprende a focar-se no que é bom e possível. Também é importante aprender a silenciar os pensamentos tóxicos, através da meditação, da oração e da reflexão.
Uma mente equilibrada não significa ausência de problemas, mas a capacidade de enfrentá-los com serenidade e confiança.
Por fim, mas não menos importante, o espírito que é a raiz mais profunda da esperança. É no espírito que encontramos Deus, a fonte do amor incondicional que nos sustenta, pelo que cuidar do espírito é essencial para encontrar um propósito e uma direção na vida.
A oração é a ponte que nos liga a Deus. Não precisa ser algo elaborado, basta a simplicidade de um coração que se abre. Participar na vida comunitária, ler a Palavra e dedicar tempo ao silêncio, são formas de fortalecer esta dimensão. Um espírito que é alimentado, é um espírito resiliente, capaz de olhar para além das dificuldades e ver as promessas de Deus.
A esperança, quando unida à inteligência emocional positiva, torna-se um verdadeiro motor de mudança. Imagine enfrentar um desafio com uma atitude de confiança, em vez de desespero. Quando cultivamos a esperança, aprendemos a reagir às adversidades com paciência, adaptabilidade e uma visão a longo prazo.
Este jubileu lembra-nos que a inteligência emocional não se limita a controlar emoções, mas a integrá-las na nossa fé. Aceitar as nossas fragilidades, sem deixar que elas definam quem somos, é um ato de esperança em si mesmo.
O Jubileu da Esperança é uma oportunidade para recomeçar, mas também para encontrar um equilíbrio duradouro. Corpo, mente e espírito não são entidades separadas, mas uma unidade viva que precisa de cuidado e atenção. Quando integramos este equilíbrio com a força da esperança e da fé, tornamo-nos verdadeiramente livres para viver como Deus nos chama.
Que este jubileu seja para cada um de nós um tempo de renovação, de reencontro connosco mesmos e com Deus, na certeza de que a esperança nunca desilude, pois está alicerçada no amor infinito do Pai.