“Nós somos servidores do povo de Deus”- Padre Gregório Rocha

 

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Novo Vigário-geral da diocese é o convidado do programa de rádio Igreja Açores, este domingo

O padre Gregório Rocha, nomeado novo Vigário-geral da diocese, refere em entrevista ao programa de Rádio Igreja Açores, que vai para o ar este domingo, dia 3 de setembro, depois de uma interrupção para férias, que o clero tem de tomar consciência de que está ao serviço do Povo de Deus.

“É preciso que o clero perceba que não somos donos da Igreja e que nós somos servidores da Igreja: a Igreja é o Povo de Deus e nós somos servidores desse povo” afirma o sacerdote na sua primeira grande entrevista como Vigário-Geral da diocese de Angra, lugar que ocupa formalmente desde o passado dia 31 de julho.

“É preciso que desçamos- alguns não vão gostar- desse clericalismo para estarmos junto das pessoas  e escutá-las. As pessoas têm muita coisa para dizer e é urgente ouvi-las; têm muitas dores e muitos sofrimentos. Só depois de as escutarmos é que poderemos apresentar o Evangelho como uma posssível resposta às suas perguntas e interrogações ” esclareceu a propósito da importância da diocese recuperar a caminhada sinodal, acompanhando este grande movimento da Igreja.

“O que é importante é redescobrirmos a dimensão da sinodalidade e fazermos um caminho mais consistente, ouvindo e integrando toda a gente, colocando-nos na escuta de todos, porque, na verdade, há sempre o risco quando se fala de sinodalidade e quando se faz um caminho sinodal,  de ficarmos só a ouvir meia dúzia e isso ficar demasiadamente clerical… Julgo que o grande desafio é sermos capazes de fazermos um caminho sindoal sem que este caminho seja demasiadamente clerical”, explicitou ainda o sacerdote que serve na diocese há 41 anos. Já desempenhou, de resto, o lugar de Vigário geral durante o episcopado de D. António de Sousa Braga. Com 66 anos de idade, o padre Gregório Rocha foi até agora diretor espiritual do Seminário Episcopal de Angra, onde também é professor, Defensor de Vínculo e Promotor de Justiça no Tribunal Eclesiástico e é o Cónego Capitular da Sé há mais tempo no Cabido. tem ainda o título de Monsenhor.

Questionado sobre a nova missão, reconhece que não “se sente confortável com a exposição pública” porque “é tímido e reservado” mas nem por isso deixa de estar atento ao que se passa na Igreja e no mundo. O padre Gregório Rocha é Conselheiro do Movimento das Equipas de Nossa Senhora, sendo o Conselheiro Espiritual da equipa do Sector Açores Centro e ainda o responsável pelo Centro de Preparação para o Matrimónio.

“Os que comigo se cruzaram sabem da minha angustia face a este grau de exposição mas conto com a sua amizade e a oração como muitos deles me têm dito”, refere ainda assegurando que vai trabalhar com todos e espera que todos- leigos e sacerdotes- possam “abrir as mãos e dar as mãoes para renovar a Igreja dicoesana”.

“Temos uma realidade eclesial muito diferente; há muitos padres novos e a Igreja mudou muito, mas se todos trabalharmos em conjunto poderemos renovar a Igreja”, acrescentou.

“Identifico-me pastoralmente com o senhor bispo: embora tenha estado mais fechado no Seminário, a verdade é que daquilo que vamos falando identifico-me bastante com a maneira como ele pretende dirigir a diocese e sinto-me identificado com aquilo que pastoralmente defende”.

Durante a entrevista, que vai para o ar este domingo, dia 3 de setembro, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, depois do meio-dia, o sacerdote fala  ainda do maior desafio que o novo serviço lhe traz: “buscar uma identificação com Jesus Cristo, porque quanto mais nós, e eu em particular,  for capaz de viver esta identificação com Jesus, melhor posso contribuir para esta renovação da Igreja sendo instrumento ao seu serviço” afirma antecipando que quer evitar cair “numa rotina administrativa”

“Não quero que isso aconteça: quero estar muito atento pois a parte mais importante do meu sacerdócio é estar com as pessoas; ouvir o que têm para dizer… Esta é a minha razão de ser padre”.

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