Por Renato Moura
“Chaves” para a lermos?! Explorar “conclusões” do que o Papa não disse?!
Alternativas: deixar que o Espírito Santo trabalhe nos destinatários. E reter o que ele claramente afirmou, no uso da autoridade que detém.
O capítulo VIII é dedicado a “Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade”, pois que a Igreja deve acompanhar “os seus filhos mais frágeis”, “iluminar os que perderam a rota” e valorizar as situações que “já não correspondem à sua doutrina sobre o matrimónio”; por isso o caminho da Igreja é o de “derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero”, evitando juízos e estando “atentos ao modo em que as pessoas vivem e sofrem por causa da sua condição”.
O Papa Francisco afirma, referindo-se explicitamente aos “divorciados que vivem uma nova união” e a todos, que “Ninguém pode ser condenado para sempre, porque esta não é a lógica do Evangelho!” sustentando que aos que casaram civilmente, aos divorciados recasados, ou aos que simplesmente convivem, compete à Igreja “revelar-lhes a pedagogia divina da graça nas suas vidas e ajudá-las a alcançar a plenitude do desígnio que Deus tem para elas”.
O Papa acolhe que “os baptizados que se divorciaram e voltaram a casar civilmente devem ser integrados na comunidade cristã” pois “o Espírito Santo derrama neles dons e carismas para o bem de todos” e “não só não devem sentir-se excomungados, mas podem viver e maturar como membros vivos da Igreja”. Explicita mesmo: “já não é possível dizer que todos os que estão numa situação chamada «irregular» vivem em estado de pecado mortal, privados da graça santificante” e “em certos casos poderia haver também a ajuda dos sacramentos”, pois a Eucaristia “não é um prémio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos”.
Foi “a variedade inumerável de situações concretas” que compreensivelmente “impediu uma nova normativa geral de tipo canónico, aplicável a todos os casos”, como muitos desejariam. Mas a doutrina que o nosso Papa, iluminado por Deus, transmitiu na Exortação, é uma resposta preciosa e enorme a tantos dos marginalizados e um manancial de esperança para que no futuro tanta gente se possa voltar a sentir na graça de Deus.
Só no capítulo VIII tantos caminhos de esperança. Os leigos têm de os aproveitar, guiados pelo Evangelho.
Contaremos com a ajuda e a integração dos pastores, como o Chefe da Igreja instruiu. Sobre essa justa expectativa será para a semana, se Deus quiser.