Papa desafiou peregrinos a contemplar em silêncio diante do presépio
O Papa Francisco afirmou hoje no Vaticano que o Natal não se pode reduzir a “presentes, almoços e jantares” que colocam “de lado o Festejado” e disse que é necessário “fazer silêncio diante do presépio”.
“Se o Natal se reduzir a uma bela festa tradicional, no centro da qual estamos nós e não o Deus Menino, será uma ocasião perdida. Por favor, não mundanizemos o Natal! Não ponhamos de lado o Festejado”, afirmou o Papa na audiência geral desta quarta-feira.
“Não será Natal se procurarmos as montras luminosas deste mundo, se nos enchermos de presentes, almoços, jantares e não ajudarmos pelo menos um pobre, que se parece com Deus, porque no Natal Deus chegou pobre”, acrescentou Francisco.
No encontro semanal com peregrinos e turistas presentes em Roma, o Papa começou por recordar que também este ano se prevê “uma festa” por causa das“árvores, as decorações e as luzes por todo o lado” e da “máquina publicitária” que “convida a procurar presentes sempre novos para fazer surpresa”.
“Mas é esta a festa que agrada a Deus? Que Natal quis Ele, que presentes, que surpresas?”, questionou Francisco.
Para o Papa “Natal é celebrar o inédito de Deus, ou melhor, um Deus inédito”, que desafia a acolher “as surpresas do céu”.
“O Natal deu início a uma nova época onde a vida não se programa, mas se doa, onde se deixa de viver para si mesmo segundo os próprios gostos, mas para Deus; e com Deus, porque Natal é Deus connosco”, sublinhou.
“Natal é desforra da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a abundância, do silêncio sobre o tumulto, da oração sobre o “meu tempo”, de Deus sobre mim”, insistiu o Papa.
Para Francisco, “fazer Natal é acolher na terra as surpresas do céu”, “Natal é preferir a voz silenciosa de Deus à confusão do consumismo”.
“Se soubermos estar em silêncio diante do presépio, o Natal será também para nós uma surpresa, não uma coisa já vista. Encontrem um pouco de tempo, vão diante do presépio e fiquem em silêncio e sentirão a surpresa de Deus”, afirmou o Papa.
“Bom Natal, cheio das surpresas de Jesus! Estas poderão parecer incómodas, mas são os gostos de Deus”, concluiu o Papa.
(Com Ecclesia)