Bispo de Angra instituiu esta tarde 9 leitores e acólitos: 8 alunos do curso de Diaconado Permanente e um aluno finalista do curso Filosófico-teológico, todos apresentados pelo Seminário Episcopal de Angra
A Igreja açoriana viveu este domingo em festa instituindo no Dia Mundial das Missões nove alunos do Seminário Episcopal de Angra – oito do Curso de diáconos permanentes e um finalista do curso Filosófico-teológico- nos ministérios de acólito e leitor.
Na celebração, que decorreu na Igreja de São José em Ponta Delgada, D. Armando Esteves Domingues pediu aos instituídos para olharem para esta nova missão dentro da Igreja como um serviço e não como uma mera etapa de um caminho de formação e discernimento sobre a vocação.
“Não deixeis que seja uma mera etapa para outra coisa. Vivei o ministério na vida para que sirva de exemplo e testemunho para outros. Tão importante como a instituição é que cada um de vós viva em concreto este serviço com fidelidade à Palavra proclamada e leve Jesus aos ambientes onde anda, através da caridade” afirmou o bispo de Angra.
“Anunciem e vivam” pediu o prelado apelando a uma disponibilidade permanente para o serviço.
“ Não olheis para o ambão e para o altar como único lugar para o vosso serviço. E que o vosso modelo seja Cristo e nenhuma novidade, mais nada nem ninguém. Não permitis que o vosso eu obscureça Deus”, afirmou o prelado.
“Hoje é um dia especial que a Igreja celebra. A vida é missão e de cada vez que o Senhor vai buscar uns para tarefas especiais ainda a festa é maior” referiu o prelado sublinhando que os ministérios laicais e a sua valorização são fundamentais para viver a ministerialidade concreta dentro da Igreja.
“Hoje são também as comunidades que crescem nos seus ministérios laicais. Quanto mais se tornam visíveis os ministérios laicais, mesmo os de facto, mais se evidencia que a presidência não é toda a ministerialidade. Os ministérios que o são de facto, mantêm a Igreja a funcionar” afirmou o bispo de Angra citando um teólogo e bispo, Roberto Repole, para destacar que isso ajudará a comunidade cristã a compreender que não há apenas o padre ou o diácono, mas há outros ministérios de alguns que estão ao serviço da comunidade cristã para que todos possam realizar o anúncio do Evangelho no mundo.
Por isso, acrescenta, “a instituição no ministério de leitor e acólito é sobretudo uma valorização dos ministérios laicais, de forma a que se torne laboratório pastoral para uma ampla e renovada ministerialidade”.
Entre os candidatos está um finalista do Seminário, aluno do sexto ano, Fábio Silveira, natural da paróquia da Candelária-Monte, na ilha do Pico e oito candidatos que se encontram no último ano de formação para o Diaconado Permanente, a saber: Armando Cordeiro, da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, Artemísio do Nascimento, da paróquia da Matriz-Vila Franca e Francisco Silva, paróquia de S. José, Roberto Serpa, paróquia da Fajã de Baixo, Rui Pacheco, comunidade do Santo Cristo, e Valeriano Correia, Unidade Pastoral dos Arrifes, todos da ilha de São Miguel. Serão, ainda instituídos nestes ministérios Manuel Gonçalves, da paróquia das Lajes, na ilha do Pico e Paulo Roldão, da paróquia do Porto Judeu, na ilha Terceira. De entre os candidatos que completam esta instituição só um cumpre mais um passo em ordem à ordenação sacerdotal.
Já no final da celebração, D. Armando Esteves Domingues falou da importância da família.
“A primeira vocação, atrever-me-ia a dizer, é a da família. Aquela que gera vida e que precisa tanto de vocações. Alguma doença apoquenta hoje a humanidade que faz com não se tenha filhos. Basta olharmos a natalidade baixa. Que doença é que se reflete também no impedimento a que surjam novas vocações”, afirmou.
Os novos leitores e acólitos instituídos receberam das mãos do bispo de Angra o Livro com a Sagrada Escritura e o vaso com o Pão para a Celebração da Eucaristia, expressões visíveis destes dois ministérios laicais.
“Vivei e convidai a viver. O estudo, a meditação e a oração sobre a palavra de Deus, levarão a ter a mente impregnada dos pensamentos e sentimentos de Cristo” afirmou ainda apelando a que no ministério do acolitado possam servir o Corpo de Cristo no altar e nos irmãos.
“Amai sinceramente o Seu Corpo Místico, ou seja, o Povo de Deus, sobretudo os fracos e os doentes, vivendo o Seu mandamento novo, proposto na última ceia”, concluiu.
“Há tanto a fazer, começando pela Palavra. Bastaria que cada um de vós formasse um grupo de oração e estudo da Palavra de Deus para ter valido a pena ser Leitor Instituído, mesmo que sejais daqui a um ano Diáconos”, disse.
“Se não tiverdes este sonho incansável da missão, também fora da Igreja, de pouco valerá este ministério. Boa missão: levai Cristo Palavra, servi Cristo Pão da Vida e que Maria a Rainha das Missões vos faça amar sempre esta Igreja de que ela é Mãe e Mestra”, concluiu.