O espaço museológico será instalado na Igreja do Carmo e reunirá todo o espólio que se encontra em depósito desde que a estrutura teve de encerrar por falta de condições para acolher visitantes
A Igreja do Carmo, na Horta, vai acolher o Museu de Arte Sacra da ouvidoria, encerrado desde o sismo que abalou violentamente as ilhas do Faial e do Pico, provocando danos irreparáveis em muitas igrejas, conventos e habitações. O novo espaço museológico para o qual a ouvidoria do Faial já tem luz verde irá distribuir-se por três salas da Igreja do Carmo, um edifício amplo e que tem estado a ser restaurado pela Ordem Terceira do Carmo, com o apoio de entidades públicas nomeadamente autarquia e Governo Regional.
“Vamos retomar o Museu de Arte Sacra que será instalado na igreja do Carmo em três espaços e na própria Igreja, reunindo as peças que faziam parte do Convento de São Francisco e que se encontram inventariadas, à guarda do Museu da Horta” avançou ao Igreja Açores o ouvidor eclesiástico da ilha do Faial e reitor da Igreja do Carmo, padre Marco Luciano Carvalho.
O futuro museu irá juntar o património da Ordem Terceira do Carmo, Ordem Terceira de São Francisco e outras peças, diocesanas e da ilha do Pico. Este Museu integrará também algumas peças do espólio pessoal de Monsenhor Júlio da Rosa que se encontram à guarda da Matriz do Santíssimo Salvador, da Horta.
“O objetivo deste museu não é fazer um mostruário de peças. Iremos ter uma sala de exposição permanente e duas outras com exposições temporária” adiantou ainda o sacerdote ao sublinhar que o espólio tem muitas peças de estatuária, ourivesaria e paramentaria, de entre as quais se destacam uma coleção de esculturas flamengas do século XVI e outras estátuas religiosas dos séculos XVII e XVIII, talha dourada, azulejaria e pintura. Realça-se, ainda, o mobiliário sacro, a paramentaria do século XVIII e as pratas dos séculos XVI, XVII e XVIII.
“Queremos que seja um espaço dinâmico que gostaríamos pudesse entrar em actividade no próximo ano”, referiu ainda o sacerdote lembrando que este Museu irá contar com a presença de técnicos especializados em permanência.
“Já delineamos uma estratégica que passa pela criação de um roteiro de arte sacra entre o Faial e o Pico que despertasse o interesse dos visitantes pelos conventos que existem nestas duas ilhas e que são riquíssimos do ponto de vista histórico e museológico” avançou ainda o ouvidor eclesiástico da ilha do Faial. Esta futura “Rota dos conventos” integrará as Igrejas de Santa Maria Madalena, São Roque do Pico, São Pedro de Alcantara e Lajes do Pico terminando no Santuário do Senhor Bom Jesus e, no Faial, integraria a Matriz da Horta, a igreja do Carmo e o Convento de São Francisco.