Exposição decorre no Museu e assentará numa cronologia biográfica que integrará alguns objectos pessoais do prelado picoense
No próximo dia 20 de novembro uma celebração na Igreja Matriz da Horta e a inauguração da exposição evocativa farão memória dos cem anos da ordenação episcopal do cardeal José da Costa Nunes (1880-1976), bispo de Macau e patriarca das Índias Orientais, natural da ilha do Pico.
A iniciativa que está a ser articulada com a ouvidoria do Pico prevê a exposição de objectos pessoais do prelado que se encontram à guarda das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição na Candelária, ilha do Pico, sua terra natal, onde repousam os seus restos mortais.
“Será uma homenagem a uma figura de destaque por parte do Museu” referiu ao Igreja Açores o diretor, padre Marco Luciano Carvalho.
D. José da Costa Nunes foi eleito bispo de Macau em dezembro de 1920, diocese que então incluía o território timorense, Singapura e Malaca.
Em dezembro de 1940, foi nomeado pelo Papa Pio XII para o lugar de arcebispo de Goa e Damão e titular de Cranganor, primaz do Oriente, com o título de patriarca das Índias Orientais.
A 3 de junho de 1946 foi condecorado pelo governo português com a grã-cruz da Ordem do Império Colonial e a 22 de julho de 1953 com a grã-cruz da Ordem de Cristo.
A 16 de dezembro de 1953 foi oficializada a sua renúncia ao cargo de arcebispo de Goa e Damão, tendo Pio XII nomeado o prelado português como vice-carmelengo da Santa Sé, na Cúria Romana.
D.José da Costa Nunes foi criado cardeal por João XXIII a 19 de março de 1962, sendo-lhe imposto o barrete três dias depois, aos 82 anos de idade; participou no Concílio Vaticano II (1962-1965) e foi cardeal eleitor no conclave de 1963, que elegeu o Papa Paulo VI.
O cardeal açoriano faleceu em Roma aos 96 anos, no dia 29 de novembro de 1976.