Faial evoca cem anos do nascimento de Monsenhor Júlio da Rocha
A Fundação Mater Dei, com o apoio da Junta de Freguesia das Angústias, na ilha do Faial, promoveu uma sessão evocativa do centenário do nascimento de Monsenhor Júlio da Rosa, com Carlos Lobão, presidente da Instituição e a investigadora da Universidade dos Açores , Susana Goulart Costa.
Esta sexta-feira, no dia do seu nascimento a 24 de maio de 1924, foi celebrada uma missa de ação de graças presidida pelo Padre Marco Martinho, com todo o clero da Horta.
Monsenhor Júlio da Rosa faleceu em novembro de 2015, no Faial, ilha onde nasceu e residia.
O sacerdote tinha 91 anos de idade e 66 anos de sacerdócio, tendo sido uma das referências da igreja açoriana, particularmente no grupo central.
O padre Júlio da Rosa esteve 62 anos ao serviço da paróquia das Angústias, na ilha do Faial e foi nomeado Monsenhor pelo Papa Bento XVI. O anúncio da nomeação foi feito no dia 25 de Maio de 2006 por D. António Sousa Braga, numa sessão cultural, coincidente com a inauguração oficial da Igreja Paroquial das Angústias, depois da reconstrução após o sismo de 98, que afetou as ilhas do Grupo Central.
Júlio da Rosa nasceu na freguesia dos Flamengos no dia 24 de Maio de 1924. Ordenado sacerdote em 1949, trabalhou como jornalista no jornal «A União» durante algum tempo, entrando logo depois, precisamente a 8 de Dezembro de 1949 ao serviço da Igreja das Angústias à qual se dedicou até ao presente, primeiro como coadjutor e desde 1973 como Pároco.
A sua atividade esteve sempre muito ligada à cultura tendo sido sócio fundador do Núcleo Cultural da Horta em 1955 e, no mesmo ano, do Instituo Açoriano de Cultura. Recolheu e organizou o espólio do Museu de Arte Sacra e Etnografia Religiosa da Horta, aberto desde 1950 e inaugurado oficialmente em 1965.
Foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique e de Comendador da Ordem de Mérito em 1994, quando, por limite de idade, terminou a direção do Museu da Horta.
Além disso, o vasto trabalho de investigação no campo da História Religiosa e no estudo da espiritualidade mariana, projetou-o na vida cultural açoriana, tendo publicado diversas obras ao longo da sua vida.
No campo pastoral, procurou sempre estar junto do povo, interessando-se pelos seus problemas humanos sociais e religiosos, e dedicou-se ao ensino durante anos a fio na Horta.