Por António Pedro Costa
A Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande lançou, mais uma vez este ano, a iniciativa “Missão Agasalho “, com o objetivo de proporcionar um inverno mais quente e acolhedor para os cidadãos em situação de vulnerabilidade social. A ação, que se insere no compromisso da instituição com a prática das obras de misericórdia, reflete um dos princípios fundamentais da Santa Casa da Misericórdia: a solidariedade.
Ao dar cumprimento a uma das 7 obras de misericórdia corporais, a instituição reforça o seu papel ativo no apoio aos mais necessitados, especialmente numa época do ano marcada pelas baixas temperaturas. A iniciativa não só contribui, desde o ano de 2015, apenas interrompida pelo período da Pandemia, para o bem-estar imediato das famílias em dificuldades, mas também promove um espírito de solidariedade, mostrando como a comunidade pode unir-se para fazer a diferença na vida daqueles que mais necessitam.
A campanha conta com o envolvimento de diversos doadores locais, que entregam à instituição agasalhos, tais como cobertores e roupas para idosos e crianças, pelo que esta Missão voltou a fazer a diferença para muitas famílias que enfrentam dificuldades em garantir um inverno confortável e seguro.
Tal iniciativa também reflete a contínua preocupação da Misericórdia da Ribeira Grande com o bem-estar social e a inclusão, reforçando a sua missão de assistência e apoio àqueles que mais necessitam, seja por meio de campanhas como esta, seja com as suas ações diárias em diversas frentes de apoio social.
No período medieval, a obra da misericórdia “vestir os nus” assumia um significado profundo, especialmente num contexto marcado por grandes dificuldades sociais, condições de vida muito precárias e por uma constante luta pela sobrevivência. Esta ação não se limitava a fornecer vestuário, mas simbolizava o compromisso cristão com o próximo, uma forma de acolhimento e de dignificação dos mais necessitados. Era, sem dúvida, uma missão assinalável, refletindo o espírito de caridade e compaixão que orientava as práticas da Igreja e das instituições de assistência da época.
As Santas Casas, desde a fundação, desempenham um papel central na execução destas obras de misericórdia, funcionando como pilares de apoio à população carente. Sempre ofereceram, além de vestuário, outros tipos de assistência, como alimentos, abrigo e cuidados médicos, contribuindo para mitigar as dificuldades enfrentadas pelos mais vulneráveis.
Ainda hoje, as Santas Casas continuam a ser verdadeiras referências no trabalho social e humanitário. No contexto atual, embora as necessidades tenham mudado, o compromisso com a caridade e a ajuda aos mais carenciados segue firme no mesmo caminho. Instituições como a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, por exemplo, mantêm esta tradição, realizando campanhas como a “Missão Agasalho”, que busca oferecer não apenas agasalhos, mas também solidariedade que aquece os corações e promove um inverno mais humano para aqueles em situação de vulnerabilidade.
Assim, as Santas Casas cumprem o seu papel de promover a dignidade humana, sendo um elo fundamental entre a tradição da caridade medieval e as necessidades da sociedade atual.
De facto, com a “Missão Agasalho” em 2025, a instituição pretendeu reafirmar o seu compromisso com a solidariedade e a justiça social, assegurando que os mais vulneráveis possam enfrentar o inverno com mais dignidade e esperança.