Milhares de pessoas começaram hoje a prestar a sua última homenagem ao Papa Francisco, cujo corpo se encontra em câmara ardente na Basílica de São Pedro.
A trasladação desde a capela da Casa de Santa Marta, onde o pontífice faleceu esta segunda-feira, aos 88 anos de idade, iniciou-se pouco antes das 09h00 locais (menos uma em Lisboa), sob a presidência do cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell.
A procissão até São Pedro, através do Arco dos Sinos – que no Domingo de Páscoa viu Francisco passar em papamóvel, na última aparição pública dos mais de 12 anos de pontificado – contou com a presença de cerca de 80 cardeais e patriarcas, bispos, padres, religiosas e leigos.
O grupo incluía os secretários do falecido Papa – o italiano Fabio Salerno e os argentinos Daniel Pellizzon e Juan Cruz Villalón – o enfermeiro Massimiliano Strappetti, seu assistente pessoal, e os ajudantes de câmara, Piergiorgio Zanetti e Daniele Cherubini. Todos
Após as homenagens dos cardeais e da chamada família pontifícia, centenas de pessoas entraram de imediato na Basílica do Vaticano, que continua a receber uma fila ininterrupta de visitantes, para o adeus ao Papa.
A celebração desta manhã decorreu entre orações em latim, lágrimas dos peregrinos e os aplausos da multidão, à passagem do caixão da Praça de São Pedro, com a presença de 20 mil pessoas, segundo o portal de notícias do Vaticano.
O corpo de Francisco está vestido com paramentos vermelhos, a mitra na cabeça e, entre os dedos, o rosário de contas negras que trazia sempre no bolso, juntamente com uma pequena imagem de Santa Teresa do Menino Jesus.
Este é o primeiro funeral de um pontífice em exercício desde a morte de São João Paulo II, em abril de 2005; Bento XVI foi sepultado no Vaticano em janeiro de 2023, quase dez anos após a sua renúncia ao pontificado.
O portal ‘Vatican News’ destacou a presença da irmã Geneviève Jeanningros, religiosa a quem o Papa chamou carinhosamente de “enfant terrible” nos seus encontros na Praça de São Pedro, acompanhada por pessoas ciganas, homossexuais e transexuais.
Muitos dos que participam nesta homenagem rezam o terço ou outras orações, por Francisco, e a maior parte das pessoas regista o momento com a ajuda do telemóvel.
Neste momento, o cordão de segurança estende-se até à ‘Via della Conciliazione’, a avenida que liga o Vaticano à cidade de Roma.
A Basílica de São Pedro permanece aberta hoje até à meia-noite e o mesmo acontece na quinta-feira, com abertura às 07h00 (menos uma em Lisboa); na sexta-feira, a homenagem decorre entre as 07h00 e as 19h00, seguindo-se o rito de encerramento do féretro, às 20h00.
“Tendo em conta o grande número de fiéis que desejam prestar homenagem ao Santo Padre, não está excluída a possibilidade de prolongar a abertura da Basílica do Vaticano para além das 24 horas”, informou a sala de imprensa da Santa Sé, esta tarde.
O funeral do Papa Francisco vai ser celebrado este sábado, pelas 10h00 (menos uma em Lisboa), na Praça de São Pedro.
A Missa tem presidência do cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, segundo previsto no ritual das exéquias pontifícias, ‘Ordo Exsequiarum Romani Pontificis’ (82-109), naquele que é considerado o primeiro dia do “novendiales”, período de luto que se prolonga durante nove dias.
Outro ponto de concentração de peregrinos e visitantes é a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde na última noite foi rezado o Rosário, sob a presidência do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano.
O Papa deixou indicações sobre a sepultura num testamento espiritual, publicado hoje pelo Vaticano, precisando que o sepulcro na Basílica de Santa Maria Maior (Roma) “deve ser de terra, simples, sem decoração especial e com a única inscrição: ‘Franciscus’”.
(Com Ecclesia)