O presidente da Conferência Episcopal afirmou na mensagem de Natal que, em “tempo de emergência social” em que “falta o pão na mesa” e de uma guerra “atroz” que “ceifa vidas”, é hora de “acolher a esperança” do presépio.
“Este ano, assinalamos esta quadra festiva envolvidos pelo drama da guerra da Ucrânia que dura há dez longos meses. Aqui, bem perto de nós, a desumanidade ceifa vidas e impõe sofrimento a milhares de residentes e refugiados. É uma violência atroz à qual não podemos ficar indiferentes”, disse D. José Ornelas na Mensagem de Natal enviada à Agência Ecclesia pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
O presidente da CEP considera que não é possível “esquecer esta e outras guerras” e alerta para o perigo da indiferença perante uma realidade que “todos os dias” chega pelas “imagens cruéis” através da televisão.
“Resultante deste e de outros conflitos, vivemos um tempo de emergência social com a degradação crescente das condições socioeconómicas das famílias”, afirma o também bispo de Leiria-Fátima na mensagem de Natal.
D. José Ornelas lembra que “a muitos falta o pão na mesa, a pobreza adensa-se e quem é frágil está cada vez mais só”.
“Diante destas e muitas outras realidades que nos preocupam, é hora de contemplar o presépio e acolher o caminho de esperança que o nascimento de uma criança nos traz, especialmente quando essa criança é o Filho de Deus, que se torna próximo e partilha os nossos dramas, mas igualmente o Coração terno e transformador do Pai do Céu”.
O presidente da CEP indica que, seguindo as propostas do Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial da Paz, é necessário reforçar o “sentido comunitário” e cuidar da pessoas e da casa comum.
“Quando aprendemos a cuidar das pessoas e do nosso planeta, estamos a acender verdadeiras luzes que humanizam pessoas e iluminam o mundo. E essa luz brota de atitudes concretas, de sair de si e de ir ao encontro do outro, especialmente das pessoas que se encontram mais sós e desamparadas”, sublinhou D. José Ornelas.
Na mensagem de Natal, o presidente da CEP afirma que a quadra festiva é tempo de cada um se tornar próximo das famílias que mais sofrem por dificuldades económicas e falta de trabalho e fazer-lhes sentir que não estão sozinhas”.
D. José Ornelas refere que o Natal é “tempo de se tornar solidariamente próximo dos pobres que estão cada mais afogados na sua pobreza”, de “olhar fraternamente para os migrantes e refugiados”, de “sentir a dor de quem está privado de liberdade, por falhas próprias ou por injusta opressão alheia, e ajudar a criar espaço de verdadeira liberdade e esperança responsável de futuro.
O presidente da CEP lembrou também os “idosos e doentes” e “as crianças e os mais frágeis”, para “reafirmar a determinação e o propósito de garantir proteção e salvaguarda do direito a crescerem em segurança, livres de qualquer abuso ou manipulação”, e lembrou os jovens, chamados para a “construção do presente e do futuro da sociedade”.
“No presépio onde nasce a esperança, entreguemos a realização da Jornada Mundial da Juventude que Portugal recebe em 2023 e os jovens de todos os continentes que aqui chegarão”, afirmou o presidente da CEP.
D. José Ornelas referiu-se também ao Sínodo dos Bispos, que “impele a uma Igreja mais sinodal em ordem a uma verdadeira comunhão, participação e missão”, e desejou que a contemplação do presépio ajude ao cuidado de quem vive “maior debilidade”.
“Desejo a todos um Feliz e Santo Natal”, concluiu o presidente da Conferência Episcopal concluiu na mensagem de Natal.