Iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Angra realizou-se este sábado à tarde
No âmbito do Ano Jubileu da Misericórdia, a Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo convidou o grupo de jovens Os Mensageiros, da vila das Lajes, para a apresentação da peça “A Paixão de Cristo”, na Igreja da Misericórdia, que decorreu esta tarde, em Angra do Heroísmo.
Segundo Lucília Fagundes, vice-provedora da Misericórdia de Angra, o convite foi uma celebração emotiva e “está inserida num conjunto de iniciativas que pretendem realizar no ano do Jubileu Extraordinário das Misericórdias até ao dia 20 de novembro”.
A vice provedora acredita, ainda, que os jovens estão a voltar à igreja depois de um tempo de maior afastamento, “porque a geração do pós 25 de abril -com algumas dificuldades de afirmação e de princípios – não soube educar eficazmente os filhos para as questões católicas”.
A peça, escrita por Renata Valente, teve duração aproximada de uma hora e envolveu 26 jovens do grupo Os Mensageiros.
Do guião constaram, também, músicas e efeitos sonoros que conferiram maior realismo à exibição.
Segundo Renata Valente Os Mensageiros já protagonizaram A Paixão de Cristo nas Lajes, mas em peças de menor duração. Há 5 meses que esta edição mais alongada estava a ser preparada pelos jovens, para exibição na Igreja da Misericórdia.
Rita Ormonde, já sobejamente conhecida pelos dotes vocais, interpretou Maria, a personagem mais sofrida d´A Paixão de Cristo.
Rita assume que, “não sendo mãe, é-lhe difícil fazer transparecer tamanho sofrimento”. O semblante fechado e sofrido durante toda a exibição fizeram de Rita um dos alvos dos olhares do público.
Ao, também jovem, Samuel Valente coube o papel de Jesus. O Mensageiro admite ter sido “um papel difícil devido à violência física e emocional que a personagem requer”. E assume ter “consciência de que nada nem ninguém algum dia conseguirá saber o que Jesus sofreu”.
No final da exibição os jovens receberam ovações de pé de uma igreja composta.
Recorde-se que o Grupo de Jovens Os Mensageiros, este ano, foram os grandes vencedores do cartaz da Jornada Mundial da Juventude na ilha Terceira.
O Cartaz inspirou-se numa das 8 bem-aventuranças- “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).
O Cartaz apresenta um feixe de luz com o logotipo do Ano Santo da Misericórdia, que representa a abertura do Jubileu, bem com a abertura das Portas Santas pelas dioceses de todo o mundo.
“Pretende também representar uma Igreja de portas abertas, pronta a acolher e acompanhar todos que a ela se dirigem”, explicam os jovens.
Por seu lado, a imagem geral do cartaz representa o momento em que colocaram diante de Jesus uma mulher adúltera que, de acordo com a Lei, tinha cometido uma falta que merecia a morte.
Tal como Jesus não só não condenou a mulher mas convidou-a a percorrer outro caminho, levando os outros (fariseus) a consciencializarem-se de que também eles eram pecadores, “é preciso reconhecer, com humildade e simplicidade, que necessitamos todos da ajuda do amor e da misericórdia de Deus para chegar à vida plena do Homem Novo”, referem.
“A única atitude que faz sentido, neste esquema, é assumir para com os nossos irmãos a tolerância e a misericórdia que Deus tem para com todos os homens”, acrescentam os jovens mostrando a catequese que há no cartaz.