D. Pio Alves sublinha importância de procurar respostas nestes espaços
O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Pio Alves, disse esta quinta feira em Fátima que as redes digitais são habitadas pelas mesmas pessoas das paróquias e cidades, que exigem uma resposta da Igreja.
“Nas redes e fora das redes estamos a falar dos mesmos habitantes: estamos a falar das pessoas. Pelas suas potencialidades (rapidez, visibilidade, acesso livre, gratuidade, anonimato) o mundo das redes acaba por se transformar no grande escaparate da sociedade. Mas não a inventa”, afirmou D. Pio Alves, na abertura das Jornadas Nacionais de Comunicação Social que decorrem até sexta-feira.
O bispo auxiliar do Porto insistiu na importância de reconhecer que os utilizadores destas redes são “os mesmos que caminham ou vagueiam” pelas ruas, que vivem nas cidades ou nas “nas aldeias despovoadas”, que se escondem “no anonimato da multidão”, que frequentam igrejas e paróquias.
D. Pio Alves citou a mensagem do Papa Francisco para o 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais 2014, no qual se sugerem respostas que “não são, efetivamente, tecnológicas, mas humanas: a pausa, a calma, o silêncio, a paciência”.
“Estas interrogações e respostas são, certamente, potenciadas e sugeridas pelas redes, mas não se encontram aí como em condomínio fechado. São combustível e espelho da sociedade”, acrescentou.
Neste contexto, aludiu às questões levantadas pela velocidade da informação, a variedade das opiniões, o isolamento relativamente ao próximo mais próximo ou o risco da exclusão.
“Quem frequenta, ainda que moderadamente as redes, a par de conteúdos notáveis, depara-se, facilmente, com imagens chocantes, linguagens inapropriadas, insultos”, admitiu o responsável, para quem a “culpa” não está nas redes.
“Mas onde é que não existem covis de cobardes? Apenas mudaram de sítio: para um sítio mais cómodo, mais seguro, mais rentável. Seria caso para dizer: pobres das redes! Que culpa têm?”, prosseguiu.
‘Uma Rede de Pessoas’ é o tema das jornadas que decorrem na Domus Carmeli, promovidas e coordenadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Socais.
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