Marienses despedem-se da Imagem Peregrina com “sentido de compromisso”

Despedida acabou por ser feita numa celebração animada pelos jovens na Matriz de Vila do Porto

A Igreja Matriz de Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, voltou a encher-se de fieis das seis comunidades paroquiais da ilha para a despedida da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fàtima, numa celebração presidida pelo Bispo de Angra.

“Santa Maria é muito amiga de Nossa Senhora de Fátima e o inverso também é verdadeiro” disse D. António de Sousa Braga sublinhando que a ilha quer ser “parte ativa” na celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhas, na Cova de Iria, em Fátima, em 2017, tal como já foi parte ativa nas bodas de prata e de ouro.

“Vivi e gostei muito de ver a adesão dos meus conterrâneos a Nossa Senhora” disse ainda o prelado diocesano referindo-se à “oração e participação” dos marienses nestes nos dois dias em que a Imagem esteve na ilha de Gonçalo Velho.

Embora tendo presidido à celebração, a homilia foi proferida pelo Bispo Coadjutor. D. João Lavrador afirmou que Nossa Senhora “dá-nos sempre uma graça que representa outro tanto compromisso exigente”, porque o “Amor exige sempre um compromisso”, referiu o prelado.

“Nossa Senhora tem uma particular predileção por nós mas deixa-nos sempre uma exigência: a de nos entregarmos ao amor de Deus”, sublinhou o Bispo Coadjutor de Angra que teve a primeira oportunidade para contactar com os fieis marienses.

Na última celebração da sua primeira visita à ilha, o futuro responsável pela diocese de Angra partiu do Evangelho para destacar que “todos os batizados têm uma especial obrigação que é a de não se esquecerem do Amor de Deus” porque  se o fizerem “esquecem-se igualmente dos outros, dos irmãos e da dedicação que lhes devem”.

“No Batismo Jesus revelou-se como Amor e o amor de Deus vive-se em cada contexto das nossas vidas” precisou D. João Lavrador lembrando que “infelizmente há quem seja batizado e se esqueça de amar os outros”.

O prelado deu como exemplo as guerras. “Elas existem porque os homens deixaram de Amar Deus e esquecendo-O esquecem-se também dos outros, dos irmãos” concluiu o Bispo Coadjutor de Angra.

“Houve uma primeira guerra mundial; depois uma segunda e agora, de certa forma, vive-se uma terceira e isso acontece porque as pessoas se esqueceram de Deus, deixaram de amar os seus irmãos e surgem todas estas guerras e calamidades”, adiantou ainda D. João Lavrador.

A partir das leituras, o Bispo Coadjutor de Angra deixou, por outro lado, uma mensagem para os cristãos marienses, os que registam uma das mais baixas taxas de participação dominical no contexto diocesano,  enfatizando que “não pode haver católicos batizados sem a participação na Eucaristia”.

“É como se uma família vivesse na mesma casa e não partilhasse a mesa” disse D. João Lavrador sublinhando a importância da Eucaristia como “a centralidade da vida cristã”.

“O centro da nossa fé enquanto batizados está na Eucaristia apesar da importância de outros sacramentos como o da reconciliação”, disse o prelado, apelando a uma participação, pelo menos dominical, mais expressiva por parte dos marienses.

A missa, animada pelos Jovens e destinada a toda a comunidade marinete,  em especial a diretamente envolvida na catequese, foi ainda marcada por um forte apelo às vocações.

“Temos de encontrar a nossa vocação; a nossa missão” disse D. João Lavrador e “vós jovens deveis pensar nisto e deixarem-se contagiar pela alegria dos sacerdotes e de todos os religiosos”.

“O Senhor convida-nos ; basta que estejamos atentos e disponíveis para o ouvir” concluiu o prelado.

A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima esteve em Santa Maria desde quinta feira à noite e, desde que chegou até que partiu, recebeu a visita de pessoas provenientes de toda a ilha e de todas as comunidades paroquiais.

 

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