Presidente da República acompanha situação em São Jorge e diz que “não há razões para alarme”
O Presidente da República afirmou esta tarde, em Fátima, que apesar de “incómoda” a situação sismovulcânica de São Jorge “não é para alarme”.
“No imediato não há questões para alarmes da população, nem há razões para as pessoas se sentirem inseguras” disse esta tarde o chefe de Estado aos jornalistas depois de ter participado no ato de Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.
“Tenho estado em contacto permanente com o presidente do Governo que está presente na ilha, a projectar o médio prazo” e tem liderado ” a montagem de esquemas para buma eventual situação”, mas “segundo os especialistas não há razões para alarme”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República lembrou que José Manuel Boleeiro tem estado presente no terreno, ainda “esta noite dormiu na ilha” e “eu próprio irei a São Jorge mal possa”.
O presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) disse hoje que a atividade sismovulcânica de São Jorge tem registado uma “diminuição da energia libertada”, mas rejeitou falar numa “evolução positiva”.
“O que se tem observado desde a meia-noite de anteontem [quarta-feira] é uma diminuição da energia libertada por esta atividade sismovulcânica, que se reflete numa diminuição das magnitudes médias dos sismos que têm sido analisados pelo CIVISA”, explicou.
Rui Marques realçou que a ilha continua a registar “milhares de sismos”, destacando que pode voltar a acontecer um “incremento da energia libertada” pelos sismos nos próximos dias.
“Não podemos falar de evolução positiva. Nesses casos específicos temos que nos basear em factos. O único dado que temos neste momento é que há claramente uma redução da energia libertada que diretamente tem influência na magnitude dos sismos e, por conseguinte, tem implicações nos sismos sentidos pela população”, assinalou.
Rui Marques falava na ilha de São Jorge, numa conferência de imprensa após uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Velas, Luís Silveira, e com o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro.
“[A diminuição da energia] pode ser uma questão pontual. Na verdade, estamos a viver esta crise sísmica muito intensamente, mas, dentro daquilo que é uma série de dados para estudar um fenómeno geológico, estamos com um período muito curto ainda desta crise sismovulcânica”, assinalou.
Na quarta-feira, o CIVISA elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4 (de um total de cinco), o que significa “possibilidade real de erupção”.
Segundo disse aos jornalistas, na quinta-feira, o presidente do CIVISA, Rui Marques, o nível de alerta vulcânico de V4 é o mais alto possível para a atual situação, porque o nível V5 só pode ser acionado em caso de erupção.
Já hoje, o CIVISA revelou que, nas últimas horas, foram sentidos cinco sismos pela população da ilha de São Jorge, acrescentando que a atividade sísmica continua “acima do normal”.
A ilha de São Jorge está organizada administrativamente em dois concelhos, Velas e Calheta, onde vivem, respetivamente, 4.936 e 3.437 pessoas, segundo os dados provisórios dos censos da população de 2021.
(Com Lusa)