Religiosas Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição mais velhas cumprem plano de contingência em oração
A Fraternidade das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, em Angra do Heroísmo, cumpre estes dias de confinamento em oração. Por causa da idade já saiam pouco; agora passam os dias confinadas na Casa de São Francisco, a Casa Provincial do Pico da Urze.
“Temos tido a preocupação de tornar muito presente Deus, Nosso Senhor, e não estamos afastadas. Ouvimos as notícias e vamos vivendo o sofrimento dos nossos irmãos, rezando também por eles” referiu ao Igreja Açores a Irmã Elvira Toledo, provincial das Franciscanas Hospitaleiras na Província de São José, nos Açores.
A religiosa lembra que “a oração tem sido para nós o grande baluarte e o grande consolo. Esperamos que também possa ser para todos os que sofrem. Pedimos muito o auxilio para que todos possam ter uma vida mais feliz” refere a religiosa em declarações ao programa de Rádio Igreja Açores, que vai para o ar este domingo na Antena 1 Açores e no Rádio Clube de Angra.
O confinamento obriga a um maior isolamento por causa do contágio da Covid-19 e esta é uma comunidade com uma média etária muito elevada, o que a transforma num grupo de risco. Mas, para esta “fraternidade orante” esse não constitui um grande problema.
“Não temos ninguém doente, embora já tenhamos todas a nossa idade. Já não estávamos muito habituadas a sair, mas sempre tivemos de mudar alguma coisa, nomeadamente a participação na Eucaristia que fazemos agora só on line” refere a irmã Elvira Toledo.
“Cumprimos à risca o nosso plano de contingência e vivemos com grande solenidade, com paz e muito confiantes na ajuda de Deus. A oração e os momentos de adoração foram incrementados ainda mais” refere a religiosa, que sente falta do contacto com a comunidade.
“Estive muito tempo ligada ao Colégio e por isso sinto a falta de contacto com as crianças e com os pais” refere, mas este “também é um tempo de grande aprendizagem para todos nós” acrescenta.
Trinta das quarenta e nove irmãs da Congregação vivem em São Francisco, ainda assim há muitas que cumprem trabalhos fora, nomeadamente de contacto com as crianças- Angra (Terceira) e Povoação (São Miguel)- ,mas também nos hospitais, na linha da frente de combate à pandemia.
Apesar dos planos de contingência, aí “tudo é mais dificil” mas as “irmãs têm tido um trabalho na linha da frente”, acrescenta ainda.
“O contacto com as crianças, a necessidade de atenção permanente ao cumprimento das regras tem sido difícil mas as irmãs têm conseguido levar por diante todo o trabalho”, conclui.
As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição têm casas na terceira, Faial, Pico e São Miguel, estando muito presentes neste momento na área da educação e acolhimento de crianças e jovens em risco.
A Casa Provincial do Pico Urze, Casa de São Francisco, foi a primeira a acolher a Cruz da Jornada Mundial da Juventude, elaborada pela pastoral Juvenil da ilha Terceira, no verão passado.
Numa carta, publicada então, as religiosas afirmavam que os jovens estão “muito presentes” na sua “vida, na oração de louvor, entrega e petição”.
“Vós sois para nós uma presença de esperança, de confiança e também, porque não, de responsabilidade pelo futuro que sois”, escreveram as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição numa carta aberta aos jovens da ilha Terceira e “aos jovens do mundo inteiro”.
As Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), na Casa Provincial do Pico Urze, salientavam, na altura, que ter a cruz da Jornada Mundial da Juventude “era uma grande graça, apelo e responsabilidade”.
Neste contexto, explicam que foi “graça” por que proporcionou “lindos momentos de oração, inspirou e alimentou a oração pessoal e comunitária”, “apelo” por que sentiram que o chamamento ‘Jovem, eu te digo, levanta-te’ “é também para cada uma” das religiosas.
“O Senhor pede-nos que rezemos mais e mais por todos os jovens, especialmente pelos da nossa Ilha para que estejais abertos aos planos que Deus tem para cada um de vós e para que estejais a altura dos desafios e implicações inerentes”, acrescentam, explicando que “responsabilidade” é também “testemunhar a alegria de amar e servir a Deus” aos jovens.
Agora, em tempo de pandemia e com um tempo quaresmal antecipado, a oração vira-se mais para os que sofrem.
A entrevista à Irmã Elvira Toledo pode ser ouvida na integra aqui.