Loja itinerante solidária distribui toneladas de roupa

Iniciativa é da associação Solidaried´Arte

A loja itinerante eco solidária, criada há um ano na ilha de São Miguel, Açores, para apoiar famílias carenciadas, já distribuiu toneladas de roupa, e perto de 2.000 sapatos e brinquedos a preços entre dez cêntimos e um euro.

“Já recebemos seis toneladas de peças que nos foram doadas, entre 1.500 e 2.000 pares de sapatos, muitos brinquedos, acessórios de moda e também algum material de apoio de crianças. As pessoas vão doando um pouco de tudo”, afirmou hoje à agência Lusa Leonardo Sousa, coordenador da Associação Solidaried’arte.

A Solidaried’arte é uma associação de Integração pela Arte e Cultura que trabalha em São Miguel desde 2008, contando com o apoio da Direção Regional da Juventude nesta iniciativa.

“A loja percorre as diversas freguesias da ilha de São Miguel levando consigo bens que nos são doados, nomeadamente roupa, sapatos e brinquedos, posteriormente, disponibilizados a preços muito simbólicos. Não se trata de uma venda, mas de uma comparticipação, pois o beneficiário também colabora na execução de outros projetos e manutenção da loja”, disse Leonardo Sousa.

Leonardo Sousa indicou que a loja solidária itinerante, aberta também a pessoas não carenciadas, funciona num espaço normalmente disponibilizado por instituições, particulares de solidariedade social, casas do povo ou juntas de freguesia, com a permanência numa localidade a poder durar semanas.

A vertente ecológica é, igualmente, uma das ideias subjacentes ao projeto, mas não é o único objetivo.

“O conceito mais importante que está por detrás desta lógica de loja eco solidária, além das questões ambientais e ecológicas, é o conceito da dignidade humana”, referiu o responsável, explicando que as pessoas levam “aquilo que vai ao encontro das suas necessidades e preferências, e não ficam à espera que alguém escolha por elas”.

A associação dispõe de um contentor de recolha de bens, no centro da cidade de Ponta Delgada, podendo as doações de peças de roupa ser feitas na própria associação.

O coordenador da associação Solidaried’arte salientou o “sucesso” do projeto quer nas vendas, como nas doações.

“Tentamos a todo custo que tudo os que nos dão seja aproveitado ao máximo. A roupa que não está em condições de seguir para as lojas fica em ‘stock’ para ser transformada noutro artigo”, disse.

Segundo Leonardo Sousa, antes de montar a loja numa freguesia, a associação faz “a caracterização da comunidade e informa a população”.

Este ano, a loja passou pelo bairro das Laranjeiras e Fajã de Baixo, no concelho de Ponta Delgada, e na Ribeira Grande “montou banca” em Rabo de Peixe.

Mas a ideia é percorrer a ilha toda, “indo às freguesias que não têm as suas próprias lojas eco solidárias”, sublinhou o presidente da associação que quer ainda desenvolver um projeto de transformação da roupa que não esteja em bom estado em novos artigos, como almofadas para creches ou jardins-de-infância, forras de sofá, mantas ou agasalhos para os sem-abrigo e disponibilizá-los em parceria com outras instituições.

CR/Lusa

 

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