O padre Basileu Pires, Mariano da Imaculada Conceição, sublinha importância da padroeira de Portugal
O padre Basileu Pires disse à Agência ECCLESIA que o dogma da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica celebra hoje, é um “mistério” que traz “paz e alegria”, apesar de exigir uma reflexão atenta por parte dos fiéis.
“Nossa Senhora foi concebida sem pecado original, o primeiro mistério, muito difícil de entender”, diz o religioso mariano da Imaculada Conceição, da comunidade de Balsamão.
“Este é o mistério da salvação de Maria, ela foi salva antecipadamente, preservada do pecado, foi salva da forma mais sublime, como diz o Concílio Vaticano II, e experimentou mais profundamente o amor salvífico de Deus e por isso devemos contemplá-la”, acrescenta.
O religioso explica que a força do amor de Deus é tão grande que “além de nos salvar do pecado nos impede de ser pequenos” e, no caso da Imaculada Conceição, impediu que Maria fosse “contaminada pelo pecado original”.
“Contemplar este mistério dá-me confiança em Deus que me salva. Sendo eu batizado e experimentar o amor de Deus sinto-me amado”, precisa.
Maria disse ‘sim’ ao anúncio do anjo e na opinião do padre Basileu Pires a Imaculada Conceição foi o primeiro dom, que a fez “sentir-se toda de Deus”.
“O Amor desprende-nos de nós, o pecado é que nos desprende da fonte que é Deus, Maria foi livre de si própria e toda para Deus”, afirma.
No quotidiano dos Marianos da Imaculada Conceição há três momentos de oração que recordam e celebram o mistério da Conceição de Nossa Senhora: “Em Balsamão toca o sino as trindades, de manhã, ao meio-dia e à tarde para rezarmos a oração do ângelus e é o convite para celebrarmos o mistério da Anunciação e lembrar o mistério da Imaculada Conceição.”
“Maria foi preparada para aceitar ser mãe de Jesus mas cada um de nós é hoje convidado a fazer gerar Jesus no coração dos outros”, conclui o religioso.
A entrevista ao padre Basileu Pires integra o programa Ecclesia na Antena 1 da rádio pública, esta noite, pelas 22h45.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foiproclamado pelo Papa Pio IX, a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.
A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas comandadas por São Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.
Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.
Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
O mesmo D. João IV coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.
CR/Ecclesia