Leigos do Faial auscultados para escolha do novo ouvidor eclesiástico

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Conselho Pastoral de ilha reúne na Horta na próxima segunda-feira para se pronunciar sobre perfil do novo responsável por esta ouvidoria

Os representantes leigos das 13 paróquias da ilha do Faial que integram o Conselho Pastoral da Ouvidoria da Horta, juntamente com religiosos e representantes de serviços e movimentos de apostolado, vivos na ilha, irão pronunciar-se sobre o perfil do futuro ouvidor eclesiástico, numa atitude inédita na diocese.

A reunião terá lugar no dia 9 de outubro no Salão do Bom Pastor na cidade faialense e embora a escolha do ouvidor resulte de uma votação do clero da Horta, que se reunirá em assembleia no dia 11 de outubro, o nome a ser escolhido terá certamente em conta o perfil indicado pelo Conselho Pastoral que será ouvido sobre o assunto pela primeira vez  numa concretização daquilo que é o espirito sinodal dentro da Igreja e que tem por base a corresponsabilidade no processo de decisão.

Esta é, de resto, a metodologia sugerida pelo bispo de Angra na recente carta enviada a todos os diocesanos para a preparação do itinerário pastoral para o próximo biénio.

Segundo D. Armando Esteves Domingues, todos precisam de “fazer caminho, talvez lento para ser seguro”, mas decidido e “com o olhar fixo numa Igreja mais comunhão, mais participação e com a missão mais partilhada”, segundo o antigo princípio eclesial: “o que diz respeito a todos, por todos deve ser discutido e aprovado”.

No início do primeiro ano pastoral do seu episcopado, o bispo de Angra convida a olhar para a pastoral diocesana e “renová-la a ‘partir de baixo’, das pessoas, dos problemas de cada dia, para começar a ganhar forma uma Igreja sinodal”, e fazer dos conselhos, grupos paroquiais, secretariados, “uma escola de escuta e partilha”.

“Desejamos que o Plano que se traçar parta das bases: iniciar uma prática que faça escola para o futuro, em que iremos sempre melhorando. Agora será onde possível, no futuro será em todas paróquias; sugere-se que, no futuro, cada paróquia, grupos de paróquias, de zonas ou Ouvidorias, movimentos, etc. procurem refletir e elaborar um Plano próprio, identificar necessidades e eleger uma ou outra prioridade, seja na formação laical e dos ministérios vários, na Liturgia, caridade, catequese ou outras”, desenvolveu.

D. Armando Esteves Domingues assinala que não vai ter pressa “nem pretende fazer tudo de repente”, mas sugere que pode começar-se por escolher os diversos órgãos de participação sinodal na diocese que quer que “venham verdadeiramente a funcionar sinodalmente – Ouvidores, Conselho Presbiteral e Conselho Pastoral Diocesano -, indicando que “seria bom dar força aos membros leigos dos conselhos pastorais paroquiais e de Ouvidoria e, depois, escolher o Conselho”.

Hoje mesmo o Vigário para o Clero e Formação estará na Horta para uma reunião com os sacerdotes que servem nas 13 paróquias faialenses, os que são párocos e os que por razões de idade já estão dispensados do serviço paroquial.

Amanhã participará também na Assembleia do Clero que elegerá o ouvidor do Pico.

Recorde-se que, no inicio da caminhada sinodal nos Açores, em 2019, e depois quando se entrou na primeira etapa do Sínodo dos Bispos sobre Sinodalidade em outubro de 2021, a Horta já tinha tomado a dianteira reunindo pela primeira vez depois do Congresso de Leigos, em 1992, uma assembleia de leigos, abrangendo toda a ilha, para responder às questões colocadas pelo instrumento de trabalho dirigido às igrejas locais.

 

 

 

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