Justificadas alegrias

Por Renato Moura

Quando na Igreja prossegue a celebração do Tempo Pascal, somos exortados a continuar permanentemente focados em Cristo ressuscitado, reconhecendo aquilo que Ele fez por nós e o que é para todos nos dias de hoje. Ele deu-nos o dom da fé e foi-nos garantida a razão para termos esperança.

A concretização da prometida ressurreição confirmou todos os ensinamentos que nos transmitiu, na sua vida terrena, sobre os caminhos rectos aos olhos de Deus. A ressurreição, depois da aceitação de ser servo até uma morte na cruz para nos servir, é um dos motivos fulcrais para a nossa alegria, por demais aliada à garantia de Jesus, que consta do Evangelho segundo S. João “E a vontade d’Aquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu, mas os ressuscite no último dia”. Também nos devemos manter alegres por saber que não há necessidade que Ele não possa suprir, por frequentemente constatarmos que Ele sempre nos garante os meios para ultrapassar o que parecia intransponível.

Outro motivo de alegria, principalmente para o Povo Açoriano, é o facto de nestas semanas já festejarmos, sempre em crescendo, o Divino Espírito Santo, em ambientes em que se aliam a fé e a tradição popular. Evidentemente que não se pode ser crente do Espírito Santo sem acreditar em Deus e no Seu filho Jesus, pois que sendo uma Santíssima Trindade, são um só Deus.

O Espírito Santo foi-nos prometido e enviado para a todos iluminar. Para São João XXIII, citado pelo Papa Francisco, “É precisamente o Espírito Santo que actualiza a Igreja: actualiza-a de verdade, e fá-la seguir em frente”.

Importa que a arreigada devoção ao Espírito Santo, imbuída da alegria que lhe é própria e justíssima, também molde comportamentos, principalmente o de todos os que têm responsabilidades nas Irmandades, Impérios e todas as formas de organização do culto e dos festejos.

O Papa Francisco, numa das suas homilias, na casa de Santa Marta, advertiu: “E nós, cristãos, devemos pedir ao Senhor a graça da docilidade ao Espírito Santo. A docilidade a este Espírito, que nos fala no coração, que nos fala nas circunstâncias da vida, que nos fala na vida eclesial, nas comunidades cristãs, que nos fala sempre”. Noutra oportunidade o Pontífice vincou: “o Espírito Santo conduz-nos suavemente e a virtude é deixarmo-nos levar pelo Espírito Santo, não oferecer resistência ao Espírito Santo, ser dóceis ao Espírito Santo”.

Com justificada alegria proclamemos a ressurreição, festejemos o Espírito Santo e sejamos gratos por todas as dádivas que recebemos.

 

Scroll to Top